domingo, 29 de março de 2009

Um Lobisomem Americano em Londres (nota 6)

Vendo esse filme me lembrei de outras obras de humor negro e baixíssimo orçamento, como o clássico trash Evil Dead de Sam Raimi. Um Lobisomem Americano em Londres tem ao mesmo tempo "efeitos especiais" muito caprichados, e outros MUITO toscos... o momento da primeira transformação é realmente interessante, e imagino eu que deva ter consumido 80% do orçamento do filme, agora todas as aparições e ataques do Lobisomem de "corpo inteiro" são ridículas.
Mas os pontos altos do filme são as conversas/ilusões do Lobisomem com seu amigo falecido e suas vítimas. São engrassadíssimas. A cada aparição de seu amigo morto, ele está mais apodrecido, huahuahuauha...
Sei lá, o filme acaba da mesma forma que começou, de repente, e essa crítica também.

Falcão Negro em Perigo (nota 8)


Aí está um ótimo exemplo de filme de guerra moderna, e se bobear esse é o melhor deles. Todos conhecem ótimos filmes de II Guerra Mundial e Vietnã, mas as guerras modernas geralmente não são muito memoráveis, gerando filmes igualmente esquessíveis.

Felizmente Falcão Negro em Perigo, conduzido competentemente por Ridlei Scott, não vai sair tão facilmente dos seus pensamentos. Neste filme acompanhamos o desenrolar de uma operação do exercito americano na Somália, onde uma missão que deveria ser simples (executada sem a permissão da ONU) sai terrivelmente errada, obrigando os Ragers a ter que sobreviver num tiroteio cerrado contra praticamente a cidade inteira.

Depois de um começo tranquilo, quando a ação começa efetivamente, é de tirar o fôlego. A ação é ininterrupta, desesperadora, claustrofóbica e incrivelmente realista, nos deixando sempre com aquela sensação de "Putz, agora fodeo!!!". A edição de som e efeitos é brilhante, quesito esse que abocanhou um Oscar.

O elenco e recheado de rostos conhecidos, mas não temos exatamente um personagem principal. Acho que o personagem principal é a coragem que os soldados tiveram que demonstrar pra voltarem vivos pra casa, e não pela honra da pátria americana, mas sim pelo companheirismo daqueles ao seu lado que se encontram em situação igualmente desesperadora.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O clube de leitura de Jane Austin (nota 2)

Eita filminho chato! 2 horas e o melhor momento é quando sobem os créditos. É um desses filmes que você não desenvolve nenhuma simpatia pelos personagens. Outro agravante é que desses filmes com várias historinhas paralelas, que vão se desenvolvendo separadamente e se encontram em alguns momentos. O final é uma das coisas mais bobas que já vi na vida – sabe em novela ruim, que acaba com todos os personagens lindos e maravilhosos, todos casados, grávidos e felizes se encontrando numa festona? Pois é, esse filme é assim, com direito a brinde coletivo no final e tudo. Recomendo que fujam!

terça-feira, 24 de março de 2009

Mamma Mia! (nota 6)

Nossa! Esse é um filme difícil de dar uma nota e difícil de escrever a respeito. Isso porque é uma salada mista de tantas coisas, que é difícil achar uma linha de raciocínio, mas vamos tentar. O filme fez muito sucesso, o que significa que muita gente gostou –de fato é um filme divertido.

Entendo que a proposta dele era mesmo ser “over” em vários aspectos, e isso se percebe de cara, afinal se trata de um musical baseado em músicas do ABBA, uma das bandas mais cafonas da história. Esse climão segue no filme todo: atuações exageradas, figurinos cafonérrimos, coreografias esquisitas e uma história bem sem pé nem-cabeça... Enfim, tudo isso seria muito ruim se fosse por acaso, mas como era de propósito acho que não tem problema...

O que me incomodou de verdade foi ver principalmente a Meryl Streep e o Colin Firth metidos nesse balaio de gato. Os dois são grandes atores, consagrados em filmes de expressão, realmente não combinou. Conhecem a expressão “vergonha passiva”? Foi meio assim que me senti ao ver Mamma Mia....

Yes Man! (nota 7)

Esse é um filme bem Jim Carey e isso é algo que já faz com que ele seja legal. O timing dele para comédias continua impecável, e o argumento desse filme (ainda que lembre o mentiroso em alguns momentos) funciona bem. Bem na praia de Carrey, o filme é uma simpática e engraçada comédia com uma lição de moral no final...

Pontos positivos colocados, uma coisa que fica gritante ao ver Yes Man é que os tempos mudaram, especialmente para a comédia, e para Carrey. Na época de O mentiroso (auge de Carrey na comédia) o melhor que se tinha no gênero era ele mesmo. Desde então, a comédia mudou muito. Ficou mais despudorada, mais próxima dos anos 80. Os filmes politicamente errados de Jude Appatow (Ligeiramente Grávidos, Virgem de 40 anos, etc) são a marca dessa nova geração, e nesses dias de hoje, o estilo Carrey parece meio “old fashion”. Embora tenha gostado de Yes Man!, essa sensação ficou no ar.

Já Carey, que se revelou um excelente ator dramático desde O Mentiroso, devia persistir nesse caminho, que sem dúvida irá abrir mais portas há medida que ele for ficando mais velho. Sua atuação em Brilho Eterno ou Show de Truman é impecável, digna de um grande ator. Há obstáculos nessa trajetória, mas espero que ele os sobreponha e se estabilize como um grande ator, e não apenas como um grande comediante que umas vezes arrisca um drama.

Senhores do Crime (nota 4)

Eu realmente não consigo entender a graça nos filmes do David Cronenberg. Juro que já tentei assistir vários. O melhor sem sombra de dúvida é "A Mosca", e "Marcas da Violência" não é de todo mal, mas esse último que valeu até uma indicação de melhor ator a Viggo Mortensen é chato demais.

O filme trata basicamente de máfia russa em Londres, e conta com o habitual dueto violência e sexo que Cronenberg adora. Foi especialmente desagradável ver Viggo, o eterno Aragorn, lutando peladão contra dois brutamontes, com direito a ângulos de câmera precisamente desagradáveis... nem a presença da Naomi Watts conseguiu apagar algumas imagens que eu não queria ter visto.

Como a dupla Viggo/Cronenberg se repetiu do Marcas da Violência, achei que veria um filme interessante, mas no todo achei muito chato, parado, e as lutas não lembram nem de longe as protagonizadas por Viggo no anterior. Chega, já escrevi demais dessa chatice.

domingo, 22 de março de 2009

Kung Fu Panda (nota 8)

Qualquer semelhança entre minha re-adquirida pancinha e o fato de eu treinar Kung Fu são mera coincidência, portanto sem piadinhas... hehehe!!

Esta ótima animação da Dreamworks teria sido a melhor do ano passado caso não tivesse sido lançado o perfeito Wall-E, mas Kung Fu Panda merece menção honrosa. Novamente afirmo que animação deixou faz muito tempo de ser um passatempo infantil. Este filme eu acredito que agrade bastante todas as idades pois tem piadas bobas e inteligentes, além de ótimas cenas de luta.

Falando em luta, como conhecedor de artes marciais, achei fantástico a utilização dos mesmos animais que dão nomes aos estilos clássicos de Kung Fu, e também de incorporarem bem o que cada estilo propões, como agilidade e velocidade para garça e serpente, e força para tigre, e por aí vai.

E o personagem Po, o panda preguiçoso e comilão que adora Kung Fu maestralmente interpretado por Jack Black é inesquecível. O enredo é o mesmo que já conhecemos, do estranho no ninho que é subitamente colocado numa situação em que tem que arranjar coragem para aprender o impossível, tornando-se um personagem cheio de "AWSOMNESS".

Falando em vozes, não só a de Po, mas todas foram brilhantemente escolhidas e interpretadas. O Filme é cheio de mensagens para fazer a criançada pensar um pouco, mas a melhor é "levante essa bunda gorda do sofá e vá fazer alguma coisa". Brincadeiras a parte, o filme é diversão garantida e escolha certa pra quando quer ver um filme leve sem muito e descontraído.

sábado, 21 de março de 2009

O despertar de uma paixão (nota 10)

Finalmente uma nota 10!!! E com todo louvor!!!

Como é bom ver um filme que mexe com os nossos sentimentos!!! Se alguém quiser saber de fato qual é meu tipo de filme tem que assistir o maravilhoso O despertar da paixão. Ele é um exemplo do que considero um filme perfeito. Ainda estou encantada! Duro é pensar que perdi dois anos, já que o filme é de 2007 e só assisti agora... Antes tarde do que nunca.

O despertar de uma paixão, que tem em inglês o bem mais atrativo título “The painted veil” conta a história de um casal inglês na década de 20 - Walter Fane, intrepretado pelo sensacional Edward Norton e Kitty Fane, interpretada pela Naomi Watts, que honestamente até esse filme não me representava muito. Ela era uma menina mimada e arrogante que está ficando para “titia”. Ele é um bacteriologista introvertido e não há nada na personalidade dele capaz de atrair a atenção dessa mulher, pela qual ele está apaixonado. A oportunidade de se ver livre dos pais e o timing do pedido de Walter faz com que Kitty se case com ele, mesmo não tendo nenhum afeto por ele. Ele é mandado a trabalho para Xangai e ela o acompanha. Nessa circunstancia, Kitty tem um caso com um cônsul e Walter descobre. Para evitar um divorcio escandaloso, ele a obriga a acompanhá-lo em uma viagem pelo interior da China, até uma vila na qual ele vai assumir a posição de médico em meio a uma epidemia de cólera. Claramente o objetivo dele com tal viagem é puni-la pela traição e esse, sem dúvida, é o ponto de partida da maravilhosa jornada dessas duas pessoas. No caminho desse casal, raiva, ofensa, castigo, mágoa, culpa, conhecimento, reflexão, admiração, afeto, amor, perda e acima de tudo redenção. É simplesmente perfeito.

Como se tudo isso não fosse suficiente, o filme ainda tem uma fotografia maravilhosa, cenários espetaculares, trilha sonora vencedora de Globo de Ouro e tudo mais que um grande filme de época pode ter. Destaco principalmente a atuação do Edward Norton, que como todos sabem é um excelente ator, mas que nesse filme consegue estar ainda melhor. É possível sentir apenas pelo olhar o que Walter está sentindo. Sensacional.

Não deixem de ver esse filme!

Aviso aos navegantes: Como não quero ser xingada depois, aviso que alguns mais acostumados com filmes hollywoodianos podem achar Despertar de uma Paixão um pouco lento – ele de fato tem uma levada mais de filmes europeus, o que nesse caso é fundamental para construir essa grande história.

O Som do Coração (nota 9)

“Adorável!” Acho que essa palavra resume bem o Som do Coração.

Em inglês, chama-se “August Rush”, e é o nome do protagonista dessa história. August, interpretado pelo Freddie Highmore – o menino da fantástica fabrica de chocolate - é um órfão que tem uma extraordinária percepção musical. Ele acredita que esse dom se deve aos seus pais, e através desse dom é que ele irá encontrá-los. Por isso, August escapa do orfanato e vai para as ruas de Nova York com o objetivo de tocar para o maior número de pessoas possível para que os seus pais possam ouvi-lo e encontrá-lo. Acompanhamos também o início da historia de August, quando seus pais, um guitarrista de uma banda de rock e uma violinista de uma orquestra se conhecem, se apaixonam e passam uma noite juntos. De família rica, ela é forçada pelo pai a afastar-se. Já separados, ela descobre a gravidez e leva adiante, até que sofre um acidente e estando inconsciente, seu pai toma a decisão de dar o bebe para a adoção e diz para ela que o bebe morreu. Bom, parece uma tragédia grega, mas não é... O filme mostra essas três pessoas afastadas pelas circunstâncias se procurando incessantemente, e a música é o elemento condutor dessa história.

É um filme doce, emocionante e romântico, que tem tudo para agradar aos mais sentimentais. Recomendo muito.

Cold Mountain (nota 5)

Taí um filme que passou por mim todos esses anos sem chamar a menor atenção. Assisti só agora pela primeira vez Cold Mountain e a sensação é que podia ter passado sem ver. Curioso que é o filme tem vários elementos que teoricamente me agradam, como ser um filme de época, trazer um romance a distancia, acontecer durante uma guerra, etc... Mas em algum lugar essa mistura desandou e o filme simplesmente não funciona.

O que mais me incomodou é que nenhum dos personagens é carismático – nem a mocinha, nem o mocinho, nem a amiga da mocinha. Como gostar de um filme que você não liga a mínima para os personagens? Aliás, não só não liga como os acha uns verdadeiros chatos de galocha que deviam morrer logo para acabar o filme mais rápido. Impossível.

O que me surpreende é que o filme foi bem visto na época do lançamento, inclusive com indicações ao Oscar. Realmente esse reconhecimento não me parece justo. Inclusive, creio que o maior despropósito com relação a esse filme tenha sido o Oscar para a Renee Zellweger. Ela está muito ruim! Tudo está forçado ao limite – um sotaque horroroso e uma qualidade técnica digna de um teatrinho de 4ª série...

The reader - O leitor (nota 8)

Não tinha como ser ruim: Um filme de época, sobre um desdobramento da 2ª guerra mundial, indicado ao Oscar, e principalmente, contando com a chancela de ter a Kate Winslet no elenco (e vencedora do Oscar pelo papel).

The reader é um filme muito bom. Hannah, personagem de Kate, se envolve com Michael, um rapaz bem mais jovem. Anos depois de separados, ele descobre que a sua ex-amante é uma ex-guarda nazista, responsável pela morte de centenas de pessoas. O sentimento conflituoso do rapaz com relação a essa mulher vai acompanhá-lo por toda a vida.

Vamos a algumas considerações:
- Chega a ser desnecessário dizer que a Kate Winslet está bem no papel, mas vale levantar a curiosidade dela ter levado o globo de ouro por coadjuvante e no Oscar ter levado o prêmio de atriz principal por esse filme. Eu na verdade tenho minhas dúvidas sobre isso, porque claramente o protagonista é o Michael, mas o personagem de Kate é o fio condutor da trama. Se alguém tiver uma resposta para essa dúvida, será bem-vindo.
- Michael (o rapaz) é vivido primeiramente por um jovem (David Kross) e mais velho por Ralph Fiennes. Engraçado que o esse desconhecido David Kross dá um banho em Ralph Fiennes.
- Embora seja muito bom, não deixo de ver The reader como um filme um tanto quanto burocrático, moldado especialmente para ganhar prêmios. Não que isso seja errado, afinal foi o filme que finalmente deu um Oscar a Kate Winslet, mas é uma sensação que ficou ao ver o filme.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Requiem para um Sonho (nota 7)

Antes de começar a falar do filme propriamente, vou explicar a nota pra não ter que ouvir depois. Sei que esse filme tem uma legião de adoradores que vão me execrar por não ter dado nota 12 pra ele, mas o que acontece comigo é que geralmente gosto de ver filmes para me divertir. Esse filme me causou um incômodo tão grande, que fique realmente me sentindo mal por um bom tempo depois. Até entendo que esse era justamente um sentimento que ele quer despertar (se sim, méritos ainda maiores pro filme), mas como eu não gosto de me sentir mal, não dei nota maior.

O filme realmente é MUITO bom. Darren Aronofski realmente é um cara que merece sempre ser vigiado de perto. Seus filmes são sempre estranhamente interessantes. Pra quem não conhece, vejam "Pi", "Fonte da Vida" e o mais recente "O Lutador", que levou Mickey Rourke a indicação de Oscar de melhor ator, vencendo o Globo de Ouro na mesma categoria.

"Requiem" fala da paranóia do vício, seja em drogas, comida, televisão, remédios e por aí vai, e como TODOS são nocivos. Mas o que mais me impressionou foi a geladeira da velhinha... aquilo vai me dar pesadelos ainda!! O filme é recheado de alucinações, diversas vezes não nos dando claramente certeza se o que está acontecendo é real ou só mais um episódio induzido pela privação de alguma coisa. É realmente chocante.

O filme é realmente MUITO BOM, mas não sei dizer se eu voltarei a vê-lo. Vale conferir pra quem gosta de cinema "não pipoca" e está a fim de exercitar um pouco o cérebro.

sexta-feira, 13 de março de 2009

E que venha Star Trek...

Após o aguardado Watchmen, fico agora aguardando anciosamente pelo Star Trek de J. J. Abraham. O cara que criou Lost sabe o que faz... por isso toda minha empolgação.
Pra quem ainda não viu, VEJAM o segundo trailer de Star Trek. Eu como nerd assumido sempre fui fã, e estou empogadissimo, mais ainda após esse trailer.

Quem sabe finalmente teremos um filme que retoma a boa qualidade que parou em Primeiro Contato? Em maio saberemos!!!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Watchmen (nota 8)

Who Whatches the Watchmen??? Essa é uma das frases chave da cultuadíssima história em quadrinho criada por Allan Moore e desenhada por Dave Gibbons que estampa diversas paredes pixadas quando o heroísmo mascarado é colocado na ilegalidade durante o 3º mandato consecutivo de Richard Nixon (ele chegaria ao 5º), culminando nos atos que presenciamos na realidade fictícia de 1985.

Sinceramente, esta é a adaptação mais copiada do original que já ví nas telas. Pelo visto Zach Snider é muito bom em copiar coisas. Depois de provar seu talento com Madrugada dos Mortos e 300, ele se submeteu a dificílima tarefa de adaptar um quadrinho que foi considerada por MUITOS anos inadaptável. E ele conseguiu com louvor. É claro que adaptações do original são necessárias, e mesmo a maior delas, que foi a mudança do final (do modo como ele acontece e não no final propriamente dito) foi interessante. Muitos podem estar reclamando desta mudança, mas eu considero que foi muito justa e muito elegante, visto a necessidade de cortar muitas tramas pequenas paralelas que estragariam o andamento do filme se fossem introduzidas. Soube que o DVD trará mais de 40 minutos extras, então veremos o que foi deixado pra trás.

O visual do filme está impecável, e em alguns momentos o enquadramento é exatamente o mesmo do quadrinho. Até mesmo a jeba azul de fora (que eu achei que seria de alguma forma "esquecida") do Dr. Manhatan está presente. Mérito do cineasta que soube impor ao estúdio a visão dele que não deveriam ser feitas modificações, preservando todo impacto do quadrinho. As poucas cenas de ação presentes no quadrinho óbviamente foram esticadas e muito bem coreografadas.

Mas nem tudo é perfeito. O meu medo se concretizou, pois tinha certeza que este filme causaria a grande divisão de opinião que está gerando. Uns odeiam outros adoram. Mas é de se esperar, pois em sua época, o quadrinho revolucionou, pois enquanto as revistas tinham o bandido e o mocinho claramente definido por suas ações, em Watchmen, o caráter dos "heróis" nem sempre é livre de questionamento. E o filme impacta por seu enredo, assim como a obra original.

Não é um filme fácil de ver e digerir, daí sua genialidade. Quem for com a idéia de que verá um filmão pipoca tipo um Homem-Aranha cheio de ação, vai se decepcionar. Mas vale a conferida pra conhecer a obra que transformou quadrinho em coisa de gente grande, arrendando até prêmios de literatura em sua época.

domingo, 8 de março de 2009

Um crime perfeito (nota5)

É engraçado como atores já consagrados quando vão ficando mais velhos acabam participando de filmes que não acrescentam em nada em suas carreiras, muito pelo contrário, ressaltam que não são mais os mesmos. Esse é o caso de um crime perfeito, no qual Anthony Hopkins interpreta um homem acusado pelo assassinato da mulher, mas ele é tão esperto, tão esperto, que os policiais penam para incriminá-lo (Dã é pouco...rs).

O filme não é “inassistível” (essa palavra vai acabar pegando!). Alguém que não conhece muito cinema pode até achá-lo bom (a minha mãe certamente ia gostar). Já quem conhece um pouco mais, vê que o filme consiste em uma série de clichês e situações um pouco forçadas... Difícil de engolir...

Awake - A vida por um fio (nota 4)

Awake é um filme que pela propaganda parecia que era muito bom, mas na verdade é bem ruinzinho. É uma pena como alguns produtores conseguem queimar um argumento até legalzinho num filme meio bobo. Awake é bem assim. A premissa inicial é interessante: durante um transplante de coração, o paciente está mentalmente consciente e vai percebendo e sentindo tudo que acontece no seu corpo e na sala de cirurgia, mas não consegue manifestar corporalmente essa consciência. Legal, né? Também achei, mas o desenrolar do filme mata essa premissa, transformando o que poderia ser uma angustiante e reveladora experiência em uma história policial bem bobinha (é isso mesmo, acreditem)...

Assim, não é um filme que seja “inassistível” de ruim, ele é apenas bobinho como tantos outros. A diferença é que normalmente a gente já percebe de cara um filme bobinho, se conforma com o fato e já o assiste sem grandes expectativas. Nesse caso, por estar com a expectativa um pouco mais elevada, a decepção foi um pouco maior... Mas tudo bem.. É a vida...

Across the universe (nota 7)

Para quem não conhece, Across the universe é um musical baseado em canções dos Beatles. O filme acompanha um período da vida de um imigrante ilegal inglês (interpretado pelo fofíssimo Jim Sturgees) na década de 60 nos EUA e passa por toda a loucura e acontecimentos daquele período: guerra do Vietnã, Hippies, Drogas, Rock, e por aí vai... No caminho dele, um grande amigo e um grande amor (achado, perdido e reencontrado).

O filme é de uma poesia incrível. É daqueles filmes vale mais pela experiência e pela emoção, do que propriamente pela história (que por si só é bem comum).... A poesia está nas músicas maravilhosas que acompanham e conduzem essa história.

Além do prazer de assistir esse filme, o residual para pessoas como eu, que como gosta dos Beatles, mas não conhece profundamente, é que é sem dúvida uma puta banda... Toda a idolatria e relevância dos Beatles são obviamente justificadas, e Across the Universe desperta com toda força o interesse por essa banda.

The Curious Case of Benjamin Button (nota 8)


Assisti ao filme antes do Oscar, especialmente para fazer uma comparação com o Slumdog Milionaire que já tinha visto, já que os dois eram os favoritos da noite... Para mim, o resultado era bem óbvio, Slumdog na cabeça. Não me entendam mal, ADOREI Benjamin Button, mas comparando os dois sob o critério “mérito para receber uma premiação”, Slumdog ganha certamente.... Mas vamos falar de Button...

O filme é lindo! Emocionante, cativante, romântico... É verdade que não se percebem as 3 horas de duração. A narrativa segue um ritmo muito bom. O roteiro é bem desenhado. Direção de cena e fotografia irrepreensíveis... Diante de tantas qualidades, Button me remeteu em vários momentos a outros grandes filmes, especialmente Forrest Gump. Com relação a este, as semelhanças não são mera coincidência, já que é o mesmo roteirista. Mais qualificado que isso impossível.

Acho importante, no entanto registrar dois pontos para reflexão. 1- Creio, (como bem colocou minha amiga Mari) que o romance entre Benjamin e Daise poderia ter sido mais explorado. Uma história de vida com a grandiosidade que a de Benjamin tem, merecia um amor igualmente grandioso, no entanto a história desse romance me pareceu mais para morna. 2- Não sou a favor da filosofia que todo filme tem que ter um significado para a vida das pessoas. Há filmes que trazem esse tipo de significado e há filmes que não trazem, e ambos podem ou não ser bons filmes. Digo isso porque Button propõe-se a ser um filme repleto de significados sobre a vida, o tempo, a velhice, etc. Eu tive uma certa dificuldade de abraçar essas causas através do filme, talvez porque o argumento seja por demais ficcional para relacioná-lo a minha vida e meus valores. Para deixar mais claro, achei Button um excelente filme de ficção, mas não necessariamente me transmitiu os grandes valores de vida a que ele se propunha.

Considerações a parte, recomendo muito o filme.

segunda-feira, 2 de março de 2009

[REC] (nota 8)

Depois de um filme divertidíssimo e leve como Segurando as Pontas, resolvi ver um filme que tinha muita vontade de ver, passado assim ao extremamente tenso e nervoso [REC]. Após ver o ótimo terror O Orfanato, produção mexicana, queria assistir ao [REC] original, produzido na Espanha, e não a sua quase que imediata refilmagem hollywoodiana Quarentena. E realmente o filme não desaponta quem está procurando MUITO nervosismo e verdadeiro terror.

O filme é no estilo Bruxa de Blair e Cloverfield, onde o cameraman participa ativamente dos acontecimentos como um personagem, portanto preparem-se para muita câmera tremida. Mas diferente dos dois filmes citados, nesse a explicação para a insistência em filmar tudo é justificada pois se trata de uma equipe de reportagem, que deu o azar de acompanhar uns bombeiros numa chamada aparentemente simples que daria muito errado.

O filme é MUITO nervoso, flizmente não é muito longo, hehehe. Mas é um terrorzão de primeira como não via desde Extermínio. Não temos um ambiente grande, mas sim um apertado edifício com corredores estreitos para toda a correria e esquisitisse que acontece. Parece muito amador em alguns momentos, mas só serve pra aumentar ainda mais o realismo, deixando tudo ainda mais perturbador.

Preparem-se para muitos sustos e MUITA gritaria em espanhol (que parece mais aterradora do que americana, acreditem!!!) para um dos melhores exemplos do gênero a ser lançado nos últimos tempos.

NOTA: por que diabos americano não gosta de ver filme legendado?? Eu sou totalmente a favor de ver o filme em sua língua original, mesmo que seja em Mandarim. Tá certo que a dublagem americana é MUITO menos profissional que a brasileira, mas esse lance de ter que refilmar qualquer coisa boa que sai em outros países só pra americano preguiçoso ver é palhaçada.

domingo, 1 de março de 2009

Segurando as pontas (nota 8)

São filmes como esse que me fazem pensar quem são os "gênios" que escolhem quais filmes serão lançados no circuito nacional de cinema, e quais sairão direto para locação. O elogiadíssimo Segurando as pontas (Pineapple Express, 2008 TRAILER) ficou esquecido, sendo lançado direto para DVD, e o também ótimo Trovão Tropical que ficou pouquíssimas semanas em cartaz, enquanto porcarias como Espartalhões e Super-Herói a Liga da Injustiça, verdadeiros lixos sem graça nenhuma foram amplamente distribuídos.

Momento raivoso à parte, vamos falar de coisas boas. Este filme vale todo e qualquer centavo gasto em sua locação ou compra. É diversão garantida, uma comédia muito inteligente escrita pelos gênios cômicos em ascensão Judd Apatow e Seth Rogen, que também atua como personagem principal, que já nos trouxeram os hilários Superbad e Virgem de 40 anos.

Aparentemente o filme é uma grande piada de maconheiro, mas isso é só um pretexto para o ótimo enredo que satiriza os filmes de heróis de oportunidade, tipo o cara errado no lugar errado na hora errada que salva o mundo. O longa é repleto de piadas tanto sutis como escancaradas. Eu ri até quase ser obrigado a vender meu sofá.

Outra grande surpresa do filme é a atuação de James Franco, que eu sempre considerei meio sem graça. O cara está ótimo como um constantemente chapado traficante de erva.

Está aí a dica. Pena que tivemos que esperar até agora por este filme, que ao lado de Trovão Tropical foram as duas (quase que únicas eu diria) melhores comédias do ano passado nos "cinemas".