terça-feira, 9 de novembro de 2010

Predadores (nota 7)

O filme oitentista Predador foi muito bom. Lançou no cinema o montrengão alienígena com cara de caranguejo que gosta da emoção da caçada, e foi muito bem. A continuação, Predador 2, não é tão boa quanto o primeiro, pois tirou o monstro da floresta e o trouxe pro meio da movimentada Los Angeles, mais ainda assim tem as suas qualidades. Aí, vieram as duas bombas Alien vs Predador 1 e 2, que conseguiram desmoralizar completamente as duas criaturas que já foram tema de ótimos filmes. O primeiro AVP é ridículo, e o segundo consegue ser uma atrocidade ainda maior, um verdadeiro insulto, então com a tratativa dada a estes personagens, o medo para esta nova tentativa era grande. E felizmente conseguiram recuperar a qualidade e a dignidade do Predador nas telonas.
E conseguiram isso graças ao bom senso de não inventar moda nem enredo pseudo-complexo. Por isso somos jogados logo de cara dentro da caçada, sem enrolação, com muitas situações que são quase cópias do longa original. Felizmente essas situações copiadas param de acontecer logo e o filme toma seu próprio rumo de forma muito inteligente e com ótimo ritmo. O suspense da primeira aparição dos Predadores é muito bem construído, elevando a tensão aos poucos até a inevitável primeira morte sangrenta. 
Mal o filme começa e já encontramos o personagem principal em queda livre em direção a um mundo alienígena muito parecido com a floresta amazônica, onde ele encontra diversos outro guerrilheiros, combatentes, soldados, membros de gangue que foram abduzidos de diversos países na Terra, somente para serem caçados por pura diversão dos Predadores, que usam as mais diversas técnicas de emboscadas para pegar suas presas. E isso o filme constroi muito bem, a sensação da caçada e o medo constante de nunca saber quando será o próximo ataque.
O principal defeito do filme na minha opinião ficou na escolha dos atores principais. Apesar de achar Adrien Brody e Alice Braga ótimos atores, eles não me convenceram como durões que aguentam qualquer pancadaria. Não estão ruins em seus papeis, mas não combinaram totalmente com seus personagens.

No geral eu gostei bastante, pois devolveu a dignidade a um ótimo personagem de ficção / terror que andava meio em baixa graças a cineastas medíocres. Agora só falta recuperarem o Alien, e espero que no espaço e no futuro, de onde ele nunca deveria ter saído.

REPO MEN - Os Coletores (nota 8)

Eu gosto de uma boa ficção científica. E boa ficção científica tem que ter bom roteiro, senão não funciona, diferente de filme de ação padrão onde algumas explosões e tiroteios são suficientes. E e felizmente o roteiro deste filme é muito bom e criativo. Num futuro próximo, não há mais necessidade de transplante de órgãos, pois quando uma substituição é necessária existe uma empresa que fabrica e transplanta órgãos sintéticos robóticos e cobra uma pequena forntuna a juros absurdos dos enfermos.
Então o que acontece quando você não consegue pagar as mensalidades do seu fígado novinho em folha? Da mesma forma que o banco tomaria de volta o seu carro ou sua casa, um funcionário especial desta empresa pega de volta o órgão, seja ele um fígado, rim ou o coração. E nem sempre isso é feito de forma agradável. O enredo é bem construído, com personagens quase que imediatamente carismáticos, que nos levam junto por todas as ótimas surpresas da história. Até entendo que existe um fundo de crítica a atual condição do sistema de saúde americano, mas não sei se é isso mesmo.
Mas calma, tem muito mais do que isso. A ação do filme é excelente, e pra um começo que só vemos praticamente tiros com balas paralisantes sendo disparadas, de repente começa uma saguinolência impressionante, com direito a muito combate corpo a corpo e muitas facas. O visual do filme está dentro do esperado pra um estilo Blade Runner de ficção, nem muito exagerado nem muito simples como em Gattaca.
O elenco tem muitos bons nomes. Pra começar, a dupla Jude Law e Forest Withaker estão muito bem, e tem uma ótima química na tela. Ambos também me impressionaram muito nas cenas de ação. Tanto nas cenas de tiroteio quanto nas lutas os dois mandaram muito bem, sendo que a interpretação no geral é excelente, como de costume para estes dois. Ainda tem a presença da brasileira Alice Braga, que está cada vez mais presente em hollywood.

Uma boa ficção científica, com direito a muita violência e um enredo criativo e surpreendente. Certamente não é um filme que deve agradar a todos, mas caiu certinho no meu gosto.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Kick-Ass - Quebrando Tudo (nota 7)

 Esse filme foi totalmente diferente do que eu esperava. E isso foi bom, afinal houve o elemento da surpresa, que já julgava ter perdido após ver tantos trailers. Eu não conheço o quadrinho que originou o filme, então nem posso fazer qualquer tipo de comparação. Mas prepare-se para uma história de "super heróis" nada convencional e totalmente fora dos padrões.

O mais interessante desta história é a construção nada convencional dos personagens, heróis e vilões. Tudo aqui foge ao tradicional super herói como Homem-Aranha, X-Men e Batman, nem se parece com Watchmen onde os heróis tem tantos defeitos de carácter quanto os vilões. Em Kick-Ass, um adolescente normal resolve colocar uma roupa comprada no ebay e sair por aí bancando o herói, inspirado por todos os quadrinhos que leu. Ou seja, é a desglorificação do herói feita de forma inteligente, sarcástica e realista. Por exemplo, na sua primeira tentativa de heroísmo, Kick-Ass leva um pau absurdo e vai parar no hospital, hehehe.
Mas fique calmo, nem tudo é tão chato como eu fiz parecer. Pra compensara falta de habilidade de Kick-Ass, existem dois outros "heróis" que são responsáveis pelas melhores cenas de ação e por boa parte da carnificina do filme. Big Daddy e Hit Girl, apesar de serem extremamente habilidosos e usarem uniformes típicos de super-heróis, matam cruelmente todos os bandidos com armas de fogo e todo tipo de lâminas que podem, e ainda se divertem muito com isso. Detalhe, a Hit Girl não deve ter mais do que 12 anos, hehehe. E como a minha inclinação para o humor negro, me diverti muito vendo uma molequinha arregaçando com um bando de marmanjo.
O enredo geral é bem interessante, e toma rumos inesperados ao longo do caminho. O tema geral é muito voltado pro público adolescente, mas deve agradar aos marmanjos também. As atuações estão dentro do esperado por parte dos atores jovens, mas dou destaque especial pra Chloe Moretz que manda muito bem como a durona Hit Girl e por incrível que pareça pro Nicolas Cage, que está hilário como Big Daddy. E Mark Strong novamente manda muito bem como vilão, como já tinha feito em Sherlock Holmes e Robin Hood.