quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Kill Bill (nota 10)

Sendo fã dos filmes de Tarantino, estava devendo aqui no blog uma crítica do meu filme favorito do cineasta, o épico de vingança Kill Bill, composto por dois filmes, Volume 1 e 2. Antes que alguém comece a atirar pedras em mim por causa do Pulp Fiction, eu tenho uma explicação bem plausível para isso (e acreditem, a vergonha que passarei após essa confissão será gigante). Eu nunca ví Pulp Fiction... pronto falei... Sei que é estranho alguém que se diz fã de Tarantino nunca ter visto Pulp Fiction, mas não foi por falta de tentativa, toda vez que tentei ver este filme alguma coisa sempre acabava me impedindo graças a coincidências cósmicas inacreditáveis. Mas fiquem tranquilos, vou remediar este erro em breve. Enquanto isso, Kill Bill ainda é meu favorito.

Não sei dizer ao certo qual característica de Kill Bill é a que mais me impressiona. Quando vejo estes filmes não consigo deixar de apreciar o conjunto da obra, que é uma grande coletânea de todas as influências do diretor, desde o western até os filmes de samurai. Muitos críticos já fizeram esta comparação, e ela não deixa de ser válida, enquanto Bastardos Inglórios é um western de IIª Grerra, Kill Bill é um "western samurai". A busca por vingança d'A Noiva passa por capítulos, cada um com suas características e influências, e seus próprios personagens memoráveis. E todos os elementos, mesmo os bregas e exagerados, são perfeitamente encaixados no enredo, é impossível não se divertir com a violência ultra-estilizada com direito a chafarizes de sangue e pitadas de humor negro.
Existem ótimas cenas de ação, com incríveis lutas de espadas lindamente coreografadas no Vol. 1, exigindo toda a habilidade atlética de Uma Thurman (e sua dublê, obviamente). O treinamento com Pai Mei, outro personagem memorável, é um show à parte no Vol. 2. E como de cosutme, todas as cenas são embaladas por músicas perfeitamente escolhidas. É normal ouvir uma ótima trilha sonora nos filmes de Tarantino, mas aqui essa simbiose entre a música e a imagem atinge um outro nível. Quem diria que uma luta de espadas samurai de vida e morte poderia combinar tanto com uma música disco (Don't let Me Be Misunderstood - Santa Esmeralda)? E o maldito assobio da Twisted Nerve que gruda em seu cérebro por horas depois?
Mas tudo isso não passa de ótimos adicionais perto do que Tarantino sabe fazer de melhor. Os diálogos! Novamente ele consegue extrair ótimas atuações de seus atores, e graças a ótimas falas e ótimos diálogos, todos se saem muito bem, até mesmo a Uma Thruman (que aparentemente só sabe atuar nos filmes de Tarantino) está muito bem. Toda a conversa final entre A Noiva e Bill é espetacular, recheada de referências nerds. Aliás, a nerdisse do diretor é escancarada logo na primeira imagem do Vol. 1 quando ele grava na tela a frase: "A vingança é um prato que se come se come frio - Provérbio Klingon".
Resumindo, aqueles que eventualmente se apegam à "violência" do longa para não se deixarem encantar por um ótimo e divertido filme, pensem melhor e tentem enxergar a estilização por trás de tudo isso. Não tenham dúvida, até os mais bizarros "erros" no filme provavelmente foram cuidadosamente planejados. Se alguém se lembra, em A Prova de Morte o câmera chega a tropeçar durante um close-up. Genial!

2 comentários:

Rafael W. disse...

Amo Kill Bill, uma das obras-primas máximas do Tarantino.

http://cinelupinha.blogspot.com/

Paulo disse...

É, o que dizer sobre Kill Bill?
Cada detalhe do filme o torna genial.. cenas em preto e branco, ou com diálogos em japonês, até em desenho animado...
e detalhe: Bill não aparece durante todo o Vol.1!