domingo, 11 de abril de 2010

O Livro de Eli (nota 8)

Eu sou fã de filmes pós-apocalípticos, então já fui pro cinema com boas expectativas, e felizmente elas foram correspondidas. Não sei se as semelhanças com um ótimo jogo de PS3 que me divertiu muito recentemente, o Fallout 3, também ajudaram.

Neste longa acompanhamos Eli, um andarilho que vaga pelas estradas empoeiradas do que restou do mundo com uma missão, levar um livro raro para o oeste, e em seu caminho tem muita gente querendo atrapalhar isso.

O interessante é que este filme foge um pouco da moda atual de explicar tudo como se o público fosse burro. Ele começa num mundo já devastado, e vai dando pequenas pistas ao longo de sua duração sobre o que poderia ter acontecido, mas cape ao expectador preencher as lacunas.

O tom cinza-azulado do filme é desesperador, e as caminhadas de Eli por paisagens totalmente desoladas nos transportando para um lugar onde aparentemente não há esperança de sobrevivência. Os pequenos povoados em cidades empoeiradas e devastadas nos remete aos Westerns, onde aqueles poucos que ainda tem munição fazem suas vontades.

As atuações estão na medida certa. Denzel Washington com sua habitual competência mostrando grande forma em cenas de luta belissimamente coreografadas e filmadas em planos abertos com poucos cortes. Mila Kunis faz bem seu papel, nada de mais. Gary Oldman com mais um bom vilão, um pouco caricato mas bem competente.

A Ju odiou o filme, achou chato. Reconheço que não é pra qualquer um, mas acho que é um filme que merece ser visto por todos.

Agora eu irei escrever minha opinião sobre o enredo que podem conter spoilers, então leiam por sua própria conta e risco.
************** SPOILER ALERT ****************
Lí em alguns lugares críticas chamando o filme de propaganda religiosa Cristã, pois caso ainda não sabem, o "Livro de Eli" é uma bíblia, a última existente na terra, pois todas as outras foram queimadas. Eu não entendo dessa forma, Eli está carregando a bíblia para o oeste pois ouviu uma voz que o guia atravez da fé. O personagem de Garry Oldman quer roubar essa bíblia para uso próprio, pois sabe que o poder de suas palavras tem capacidade de o tornar um líder, como já aconteceu no inicio da civilização ocidental atual.

Entendo que a crítica aqui está na valorização das boas mensagens da bíblia, que devem ser aplicadas por todos, independente do credo, raça ou sexo. E o vilão que quer roubar a mesma para uso próprio personifica todos os indivíduos e organizações que praticaram atos bárbaros com a desculpa de ser "em nome de Deus". Até mesmo a impressão que tive é que a grande guerra que devastou o mundo teve origem religiosa, algo que assustadoramente não é muito diferente do mundo que vivemos hoje.
**************** FIM DO SPOILER *****************

Invictus (nota 8)

O Clint Eastwood é um diretor realmente incrível. O ritmo que ele coloca em seus filmes nos prende a cada segundo do longa, não importa se são sobre guerras, velhos aposentados ou sobre o Nelson Mandela. Em Invictus, ele usa a copa do mundo de Rugby pra nos contar um pouco sobre esta figura politica mundial chamada Nelson Mandela, logo que este assumiu a presidência da África do Sul após o fim do apartheid.

Eu pessoalmente não conheço nada da história de Mandela, mas fiquei impressionado com o que ví. A forma como é retratada a demonstração de igualdade que ele tenta a todo momento demonstrar para o seu país ainda dividido é incrivelmente inspiradora.

Os atores estão todos ótimos em seus papéis, mas quem merece o destaque é sem dúvida Morgan Freeman como Mandela. A semelhança é impressionante. Parabéns ao Sr. Eastwood por conseguir mais uma vez nos brindar com mais um excelente filme.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Diary of the Dead (nota 5) / Survival of the Dead (nota 3) - Novos filmes de George Romero

Ok, que todos os fãs de filmes de Zumbi conhecem o mestre George A. Romero, certo? Então não preciso dizer o quanto fiquei decepcionado com suas duas últimas produções. São MUITO abaixo do que se esperar do inventor do gênero. Se fossem filmes de estudantes de cinema, seria mais fácil elogiar.

O primeiro dos dois filmes que se cruzam num momento (bem idiota por sinal), Diary of the Dead, é o menos pior, pois tem cenas mais interessantes e até bem medonhas. O problema desse filme é a forma como ele existe. Ele foi feito no estilo Bruxa de Blair, ou seja, o câmera é um personagem. A desculpa é que um grupo de estudantes que faziam um filme de terror no mato durante o início da infeção, decide por documentar tudo que acontece com eles, mas chegam ao absurdo de filmar um amigo sendo perseguido e morto SEM AJUDAR. Irrita muito. Os atores são muito fracos e a conclusão é bem besta, mas os efeitos nojentos são bem caprichados. Parece que Romero quis se render à geração YouTube, mas não soube fazer direito.

Agora o segundo filme, Survival of the Dead, é doloroso de assistir. Os atores são piores do que do anterior, os personagens passam a maior parte do tempo trocando tiros entre os vivos e os mortos-vivos só estão lá como suporte. O enredo é bem besta e por mais que tente parecer uma discussão filosófica / moral séria, no final o resultado e desastroso e indigno do legado que Romero criou.

Quem quiser boas dicas de filme de zumbi, encontraram os meus favoritos NESTA lista, que permanece inalterada.

O segredo do Abismo (nota 8)

Recentemente vi novamente mais um ótimo filme saído das mãos de James Cameron, onde novamente ele demonstra toda a sua paixão por ciência e pela natureza.

Pra quem ainda não conhece, esse filme conta sobre uma plataforma submersa de extração de petróleo que passa a ser utilizada para fins militares após um misterioso naufrágio de um submarino nuclear da marinha americana. Logo descobrimos que forças alienígenas estão causando os estranhos fenômenos submarinos.

Como de costume nos filmes do Cameron, mesmo se tratando de um filme de 1989, o visual ainda é impecável, e não parece nada datado, e o enredo continua atual. Só os atores estão mais novos, hehehe.

Quem é fã de ficção científica não pode perder.