sábado, 25 de setembro de 2010

Sessão da Tarde

A idéia deste post um pouco diferente do habitual deste blog me surgiu após alguns domingos que eu e a Ju começamos a rever filmes mais antigos, considerados "clássicos" por nós. E acabei percebendo que infelizmente é um pouco difícil rever filmes que eram idolatrados por nós na infância. São várias as emoções que isso pode provocar, seja alegria, saudade, frustração, etc. Mas vou explicar melhor isso com exemplo depois.

Todo mundo sabe que quando se assiste um mesmo filme pela segunda vez a experiência é totalmente diferente. Seja pelo fato de já se saber o que vai acontecer, seja pelo fato de não existir mais o elemento surpresa, ou por que prestamos muito mais atenção a pequenos detalhes que antes nos passaram desapercebidos, cada vez que repetimos um filme, muda a forma como o vemos. É óbvio que em casos extremos como ver Star Wars Episódio 5 - O Império Contra-Ataca pela 50ª vez dificilmente trará algo novo, mas nerd é nerd.
Mas aí você se depara com a oportunidade de rever um filme que faz pelo menos uns 15 ou 20 anos que não via. É aí que o bixo pega!! E recomendo muito cuidado ao escolher qual filme você escolheu pra matar a saudade, pois pode acabar arruinando a produção pra você pro resto da sua vida. Tá certo, estou exagerando um pouco, mas é quase isso.
Vou exemplificar melhor com as minhas próprias experiências. Numa noite de domingo resolvemos rever o incrível De Volta Para o Futuro. Por incrível que pareça fazia MUITO tempo que eu não via este do começo ao fim direto, e o filme continua incrível. Parece que ele não envelheceu nada, com exceção da música dos anos 80 e alguns poucos efeitos especiais datados, a experiência de revê-lo não poderia ter sido melhor, sendo que peguei alguns detalhes que nunca tinha percebido antes. É o resultado foi uma vontade incontrolável de rever as partes 2 e 3, que foram igualmente divertidas de rever.
Agora algo um pouco mais difícil foi ver Tron - Uma Odisséia Eletrônica. Eu adorava este filme, mas ele ficou muito datado. Não tem como não se sentir incomodado pelos efeitos digitais muito antigos. O enredo continua interessante, mas toda a tecnologia está tão diferente que fica complicado relevar. Algo parecido aconteceu com Os Goonies, mas problema não está no visual antigo, mas sim no enredo muito voltado para o público infanto-juvenil. Percebi que as situações eram tão bobas que não dava pra rever o filme sem ficar analisando a veracidade de tudo aquilo. É claro que quando criança eu idolatrava este filme, mas o fato de revê-lo agora estragou um pouco a lembrança que eu tinha dele. Porém mesmo que Tron e Goonies não tenham sido tão divertidos de rever, eles certamente trouxeram a lembrança de outros tempos mais fáceis e inocentes, e invariavelmente me peguei sorrindo.
Outro exemplo é o filme Karate Kid. Com o recente remake nos cinemas, alguns canais de tv a cabo reprisaram diversas vezes. Este já foi um pouco estranho, pois além de fazer muito tempo que não o via, hoje tenho conhecimento em treinamento de artes marciais que não tinha quando criança, então imaginei que odiaria a experiência. Porém, apesar de achar o visual do filme muito datado, a mensagem ainda é incrivelmente atual, e apesar dos treinamentos de combate do Sr. Miyagi serem fora do que se espera ver hoje em dia, o lado filosófico da arte marcial que ele passa é perfeito. Fiquei muito satisfeito em rever e perceber que este longa não foi a decepção que eu esperava encontrar.

E aí, o que acham? Alguém discorda, concorda? Achou tudo baboseira? Comente, ficarei feliz em saber outras opiniões.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus (nota 8)

Antes de mais nada vamos deixar uma coisa clara, este filme foi escrito e dirigido pela mente doentia de Terry Gilliam, o ex-Monty Python responsável por outras maluquices como Os 12 Macacos, Medo e Delírio em Las Vegas, Brazil - O Filme, Os Irmãos Grimm, entre outros. Só por isso é fácil perceber que o filme não vai agradar a todos, mas aqueles que encararem com mente aberta serão recompensados com muita originalidade e esquisitices que só Terry Gilliam pode conceber.
Porém, o lançamento deste filme ficou muito ofuscado e marcado pela morte do ator Heath Ledger, que faleceu antes de terminar as filmagens. Protamente alguns de seus amigos atores (Jonny Depp, Jude Law e Collin Farrel) se propuseram a terminar o filme completando as cenas que faltavam. Não sei exatamente o quando do roteiro foi modificado para incorporar estas mudanças de rosto ao enredo, porém tudo funcionam muito bem, sem parecer nada forçado.
O enredo é um pouco complicado de explicar, mas se trata de uma competição entre o Dr. Parnassus (excelente interpretação de Christopher Plummer) e o tinhoso Sr. Nick (Tom Waits em mais um papel bizarro) que disputam almas para vencer uma aposta. Não vou escrever mais nada pois quanto menos souberem, mas interessante fica a viagem por esta produção estranha mas muito divertida.

Os homens que não amavam as mulheres (nota 7)

É complicado escrever uma crítica de um filme baseado em um livro muito bom e muito detalhado. Apesar desta produção cinematográfica Sueca seguir à risca o texto de Stieg Larsson, é impossível adaptar para um longa de pouco mais de 2 horas toda a quantidade absurda de informações que são dadas sobre os personagens principais Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander, e mais ainda sobre a investigação da família Vander e do crime que atormenta Henrik Vanger por 40 anos. Talvez se eu não conhecesse o livro, teria gostado mais do filme.

Mas o longa é muito interessante, o enredo continua cativante e o climão de suspense demora menos tempo pra te prender a atenção do que no livro, que enrola um pouco até engrenar. As atuações estão boas, mas o destaque vai para a atriz sueca Noomi Rapace que entregou uma Lisbeth exatamente como eu imaginava do livro. Vale a pena pra quem gosta de um bom triller de suspense.

Um remake hollywoodiano está vindo por aí, e será dirigido por ninguém menos do que David Fincher (Se7en e Clube da Luta, serve?).

Presságio (nota 3)

Quem aí gosta de ver filme ruim? Sabe aquele tipo de "guilty pleasure" que é ver um filme ruim, sabendo que vai ser ruim, e ainda assim ficar até o final só pra ver o tamanho da porcaria? Foi assim que me senti ao ver esta "jóia" com o ator Nicolas Cage, que nem sempre sabe escolher um bom roteiro pra trabalhar.

Esse filme mistura um pouco de tudo, fazendo o enredo uma salada que combina diversas fontes. Tem fim do mundo? Sim. Tem desastres naturais? Sim. Tem criança vendo espírito? Sim. Tem alienígena? Sim. Tem acidentes bizarros causando mortes? Sim. Tem muita computação gráfica para animar cenas de destruição? Sim. Tem mistério religioso? Sim. Ou seja, este só não é um filme de desastre maior do que 2012, como tenta misturar todos os temas de blockbusters descerebrados de verão numa tranqueira só.

Mas o grande problema do filme é que ele é cômico sem querer, pois se leva totalmente a sério, mas é impossível não ficar irritado com frases do tipo: "Como eu posso salvar o mundo?" ditas por um professor universitário. Pra não ser totalmente cruel, as cenas de acidentes com efeitos especiais estão muito caprichadas e são bem filmadas, mas é isso. Vejam por sua própria conta e risco.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo (nota 7)

Quando se trata de filmes baseados em jogos de videogames existe sempre o medo de ser mais um grande fiasco. Diferente das adaptações de quadrinhos, os produtores de jogos vendem os direitos sem ter muito controle sobre o resultado final da produção hollywoodiana, que em geral é totalmente deturpada por roteiristas ruins, diretores fracos e pressões do estúdio. FELIZMENTE em Príncipe da Pérsia, finalmente vemos uma adaptação digna da obra original (e um filme bem divertido), e quem sabe um novo rumo para os games nos cinemas.

A boa qualidade do filme começa pelo seu estúdio, e nada menos que a Disney assumiu a produção, claramente tentando achar uma franquia para substituir Os Piratas do Caribe. O estúdio não brincou com o potencial da franquia e garantiu um bom diretor, Mike Newel (responsável por Harry Potter e o Cálice De Fogo), um elenco recheado de bons atores de apoio (Ben Kingsley e Alfred Molina por exemplo), ótima trilha sonora, fotografia realmente incrível, cenários espetaculares e muita correria. A produção realmente enche os olhos e demonstra que tudo foi pensado com muito capricho.
Agora vamos às comparações com o material original. Os jogos do Príncipe da Pérsia deste o original sempre foram muito marcados pelos movimentos fluidos e acrobáticos do personagem principal, que são muito usados para resolver os quebra-cabeças que aparecem em seu caminho. Em versões mais recentes o combate ganhou muito destaque, também abusando das habilidades acrobáticas do Príncipe Dastan. E acreditem, tudo isso está muito bem colocado dentro do filme, nada foi deixado de lado. Com a ajuda de muito parkour, Dastan corre e salta das formas mais incríveis, e utiliza tudo isso nas boas lutas e nas rápidas soluções para sair das dificuldades em que se encontra. Fiquei muito impressionado e satisfeito com a forma que utilizaram todo o potencial acrobático do personagem.
Mas vamos com calma, nem tudo são maravilhas. Eu achei a montagem do filme um pouco estranha. Não sei se a edição com cortes muito abruptos para cenas meio sem conexão, com grandes saltos no tempo, me fizerem me sentir meio perdidos em alguns momentos sem saber se eu tinha dado uma cochilada e perdido algum detalhe. O roteiro também tem falhas, principalmente com a resolução final, que acaba muito facilmente aceita por todos os personagens. Li em outras críticas que não concordaram com a escolha de Jake Gyllenhaal para o papel principal, mas eu discordo. Gostei da versão dele para Dastan, e a química entre ele e Gemma Arterton como a Princesa Tamina, está muito boa apesar de parecer meio forçada no início.
Certamente é um filme divertido, com direito a muita ação de ótima qualidade e um visual incrível, se o roteiro fosse mais bem resolvido seria melhor, mas não vou ficar reclamando demais.

PS- Mais alguém notou uma cena durante a invasão da cidade uma cena em que Dastan está no alto de um prédio e a câmera gira em torno dele igualzinho ao jogo Assassin's Creed???

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Furia de Titãns (nota 6)

Vou começar dizendo que não lembro quase nada do Fúria de Titãns original de 1981, exceto que eu gostava muito e o considero um clássico da Sessão da Tarde, portanto não vou fazer nenhum tipo de comentário comparativo com seu atual remake. E a verdade é que este novo filme não é lá grande coisa, um blockbuster típico de verão americano, mas bem pouco refinado.

E eu diria que existem dois culpados pra esse filme não ser lá grandes coisas. A primeira é o roteiro. Foi dada tanta prioridade para as cenas de ação, que as poucas cenas onde há algum diálogo para permitir o desenvolvimento dos personagens e do enredo passam tão rápido que existem momentos que nos perdemos na história, pois uma abaixada pra pegar a pipoca é o suficiente pra perder a explicação do motivo da viagem dos heróis. O segundo culpado é o diretor Luis Leterrier, que apesar de saber muito bem filmar uma cena de ação, não tem qualidade nenhuma para dirigir atores e extrair deles boas atuações. Os diálogos são muito fracos, com muitas frases de efeito desnecessárias e cliché.

Sam Worthington está passável como Perseu, dentro do padrão brucutu de atuação. Ele tinha me surpreendido positivamente em filmes como Avatar e o Exterminador do Futuro - A Salvação, mas com roteiro fraco e sem uma boa direção, ele ficou bem sem graça e sem carisma. Sem contar que o corte de cabelo dele foi muito mal escolhido, não tem nada a ver com o resto do filme, onde todos os gregos tem cabelos longos.

Mas calma lá, também não vou só ficar falando mal do filme. Como mencionei, existem muitas cenas de ação, e elas são realmente muito boas, com lutas bem coreografadas e belíssimas cenas em computação gráfica. A aparição do Kraken é realmente incrível. O filme vale pela diversão fácil e desmiolada.

PS - mais alguém achou a armadura do Zeus parecida com a dos Cavaleiros do Zodíaco???