sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo (nota 7)

Quando se trata de filmes baseados em jogos de videogames existe sempre o medo de ser mais um grande fiasco. Diferente das adaptações de quadrinhos, os produtores de jogos vendem os direitos sem ter muito controle sobre o resultado final da produção hollywoodiana, que em geral é totalmente deturpada por roteiristas ruins, diretores fracos e pressões do estúdio. FELIZMENTE em Príncipe da Pérsia, finalmente vemos uma adaptação digna da obra original (e um filme bem divertido), e quem sabe um novo rumo para os games nos cinemas.

A boa qualidade do filme começa pelo seu estúdio, e nada menos que a Disney assumiu a produção, claramente tentando achar uma franquia para substituir Os Piratas do Caribe. O estúdio não brincou com o potencial da franquia e garantiu um bom diretor, Mike Newel (responsável por Harry Potter e o Cálice De Fogo), um elenco recheado de bons atores de apoio (Ben Kingsley e Alfred Molina por exemplo), ótima trilha sonora, fotografia realmente incrível, cenários espetaculares e muita correria. A produção realmente enche os olhos e demonstra que tudo foi pensado com muito capricho.
Agora vamos às comparações com o material original. Os jogos do Príncipe da Pérsia deste o original sempre foram muito marcados pelos movimentos fluidos e acrobáticos do personagem principal, que são muito usados para resolver os quebra-cabeças que aparecem em seu caminho. Em versões mais recentes o combate ganhou muito destaque, também abusando das habilidades acrobáticas do Príncipe Dastan. E acreditem, tudo isso está muito bem colocado dentro do filme, nada foi deixado de lado. Com a ajuda de muito parkour, Dastan corre e salta das formas mais incríveis, e utiliza tudo isso nas boas lutas e nas rápidas soluções para sair das dificuldades em que se encontra. Fiquei muito impressionado e satisfeito com a forma que utilizaram todo o potencial acrobático do personagem.
Mas vamos com calma, nem tudo são maravilhas. Eu achei a montagem do filme um pouco estranha. Não sei se a edição com cortes muito abruptos para cenas meio sem conexão, com grandes saltos no tempo, me fizerem me sentir meio perdidos em alguns momentos sem saber se eu tinha dado uma cochilada e perdido algum detalhe. O roteiro também tem falhas, principalmente com a resolução final, que acaba muito facilmente aceita por todos os personagens. Li em outras críticas que não concordaram com a escolha de Jake Gyllenhaal para o papel principal, mas eu discordo. Gostei da versão dele para Dastan, e a química entre ele e Gemma Arterton como a Princesa Tamina, está muito boa apesar de parecer meio forçada no início.
Certamente é um filme divertido, com direito a muita ação de ótima qualidade e um visual incrível, se o roteiro fosse mais bem resolvido seria melhor, mas não vou ficar reclamando demais.

PS- Mais alguém notou uma cena durante a invasão da cidade uma cena em que Dastan está no alto de um prédio e a câmera gira em torno dele igualzinho ao jogo Assassin's Creed???

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