terça-feira, 26 de julho de 2011

Paul (nota 6)

"Road Trip Nerd". Não existe melhor forma de definir este filme! Estrelado pela hilária dupla de comediantes britânicos Simon Pegg e Nick Frost que já vimos juntos no genial Todo Mundo Quase Morto (Shawn of the Dead) e no excelente Chumbo Grosso (Hot Fuzz). O longa segue a linha tradicional dos Road Trip, pois seguimos os amigos viajando pelas estradas empoeiradas de regiões remotas dos EUA, parando em vários lugares diferentes em busca de seus interesses. E é nerd pois o ponto de partida é San Diego, a Meca dos nerds, logo após uma Comic-Con, e como bons apreciadores de Ficção Científica, pretendem visitar todos os pontos "históricos" ligados a avistamentos de alienígenas.
Mas, no meio do caminho algo acontece que vai mudar suas vidas pra sempre, eles encontram com o desbocado alien Paul (voz de Seth Rogen), um ser verde e baixinho que usa uma bermuda e chinelos, fala muito palavrão e adora fumar um baseado. Daí pra frente é muita correria para fugir das autoridades e muitas piadas, as vezes boas e inteligentes (geralmente vindas de Pegg e Frost), outras recorrendo a alguma baixaria (geralmente vindas de Seth Rogen). Mas o que nunca muda é o apelo nerd. Por exemplo em determinado momento eles entram num bar de beira de estrada cheio de "red neck", e uma banda toca country ao vivo. A música que eles tocam foi imediatamente reconhecida e me fez gargalhar em alto e bom som, a melhor piada do filme. Quem reconhecer na hora qual é essa música, pode se chamar de nerd.
No geral o filme não é de se fazer rolar de rir. Existem algumas ótimas piadas, mas boa parte delas não tem tanto impacto. Digamos que esse é o mais fraco trabalho da dupla Pegg/Frost. Além disso uma personagem entra no meio da viagem somente para ser o interesse romântico de Pegg, mas seria totalmente dispensável. A atriz Kristen Wiig do Saturday Night Live é muito fraquinha, e não consegue ser engraçada nem como a fanática religiosa, nem como desbocada após "ver a luz".
De um modo geral o filme é bem genérico. É até bem divertido, mas rapidamente esquecível. O humor nem sempre atinge o ponto certo, recorrendo demais ao uso de palavrões desnecessários. E fica claro pra mim que já enjoei de Seth Rogen. Por mais que goste de vários filmes dele, perdeu um pouco a graça pra mim. Aqui a voz dele não atrapalha, mas também não acrescenta.

O Ritual (nota 5)

Mais um filme sobre exorcismo. E se não fosse pela ótima atuação de Anthony Hopkins, que carrega o filma nas costas, seria esquecido muito mais rápido. De uma forma geral até que existem alguns bons sustos, mas nada que seja memorável. E eu sempre entendi que o terror que um filme de exorcismo deve causar não é o do susto, mas sim da tensão crescente, culminando no horror da tortura piscológica dos entes do possuído, e aqui isso demorou muito pra acontecer, ficando pro final do filme somente.

O padre Michael Kovak, interpretado pelo fraco Colin O'Donoughue, vai para Roma fazer um curso sobre o ritual do exorcismo, mas vai também em busca da fé que ele nunca teve na religião. Ou seja, um padre que não acredita no que ele próprio prega. Lá ele conhece o padre Lucas Trevant, vivido por um inspirado Anthony Hopkins finalmente parando com as atuações no piloto automático, um experiente exorcista que vai ser seu mentor, e Angeline, uma repórter vivida por Alice braga. *** SPOILER ALERT: Quando um caso que parecia ser simples dá errado, a vítima de possessão acaba morrendo, e o possuído passa a ser o próprio Padre Lucas. É aí que Hopkins faz valer seu salário, mandando muito bem como possuído, podendo ser comparado ao seu clássico Hannibal Lecter. FIM DO SPOILER ***.
Um bom fator é a construção gradual da tensão que vai culminar no embate entre o bem e o mal, entre o padre e o tinhoso. Os sonhos do padre Kovak também são aterrorisantes, vindos direto do inferno. Mas...

O filme tem dois grandes problemas: O primeiro é que o ator principal é muito fraco, e o personagem pouco carismático, fazendo com que o espectador não se importe muito com ele. Dessa forma o clímax do filme perde toda a força, pois o que deveria ser a grande superação do personagem passa quase desapercebido. O outro problema é que também não nos importamos muito com o foco principal do exorcismo. Até a reviravolta descrita no SPOILER acima, a vítima é alguém sem importância, que rapidamente é esquecida. Acaba sendo um terrorzinho razoável, que vale mais pela atuação de Hopkins. Eu gosto muito mais do ótimo O Exorcismo de Emily Rose, que nem é um filme de terror propriamente dito.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Vencedor (nota 10)

Eu sempre gostei de filmes sobre boxe. Não sei exatamente se é a história de alguém que precisa muito treinar para superar seus problemas para então superar seu adversário, só sei que sempre me marca muito esse tipo de filme. E O Vencedor tem tudo isso em dobro, graças a dois excelentes personagens, os irmãos Micky Ward e Dicky Eklund, vividos respectivamente por Mark Wahlberg e Christian Bale. Mas antes de tudo, O Vencedor não é um filme somente sobre boxe, mas sim uma comovente história baseada em fatos reais sobre o amor entre familiares, sobre a explosiva combinação família+negócios, abuso de drogas e e é claro, muita superação.

Dicky é um ex boxeador que viveu os últimos anos unicamente devido a uma luta onde ele nocauteou Sugar Ray Leonard. Ele treina seu irmão Micky, e entre os dois irmãos existe um forte laço fraternal. Toda a carreira de Micky como boxeador é gerenciado por sua mãe e seu irmão, e todo esse gerenciamento familiar não está dando resultado, pois Micky só perde lutas. Conforme o desenrolar do filme, vemos muitos conflitos familiares, boa parte deles devido ao comportamento auto-destrutivo de "astro" de Dicky, onde este se afunda cada vez mais ao consumo de drogas.

Os diálogos são incrivelmente bem escritos, e igualmente bem atuados. Todos os atores envolvidos estão excelentes, e os Oscars para Christian Bale e Melissa Leo são mais do que merecidos. Ambos estão bem demais em seus papéis. Até mesmo o eterno Marky Mark mandou muito bem, está certo que ele já tinha mostrado seu talento no incrível Os Infiltrados. O desenvolvimento dos personagens é perfeito, sendo impossível não sentirmos todas as emoções que aparecem na tela, seja raiva pelas cunhadas, a traição sentida pela mãe ou a confusão e indecisão de Micky sobre as escolhas que são impostas a ele.
Tudo isso embalado por uma ótima trilha sonora e um péssimo e realista figurino do início dos anos 90, este indicado ao Oscar de melhor filme merece tanto quanto os outros concorrentes. Espero que o próximo ano nos dê tantas boas opções de concorrentes como foi o ano passado.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Harry Potter e as Reliquias da Morte Parte 2 - Crítica (nota 10)

Após 10 anos acompanhando a história e o crescimento do bruxo Harry Potter em seu fantástico mundo de magia, finalmente chegamos a apoteótica conclusão, em que  tudo que foi construído ao longo de 8 filmes (adaptados de 7 livros) culmina nos momentos mais tensos e emocionantes desta incrível saga. E que final espetacular! O fato de termos visto o filme numa pré-estréia lotada de fãs ávidos tornou a experiência mais divertido ainda, a platéia vibrava com cada cena de ação e batalha vencida, se emocionava nos momentos tristes que não são poucos, e aplaudiu a cada vilão derrotado! Ao final da projeção restou aquele sentimento estranho de alegria deixada pelo filme, misturada com uma leve tristeza por saber que não teremos mais oportunidades de continuar a história destes personagens aos quais nos afeiçoamos tanto por tantos anos no cinema.

Esta Parte 2 inicia imediatamente após os eventos finais de Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1, sem nenhuma recapitulação. Então se você é daquelas pessoas que se esquece fácil, alugue a primeira parte antes de ir conferir este capítulo final. Ou seja, logo de cara encontramos Harry, Ron e Herminone em busca das Horcruxes, Voldemort louco pra matar alguém com sua nova varinha das varinhas, e a escola de Hogwarts sitiada pelos Comensais da Morte e seu novo diretor Snape, uma situação nada fácil para o trio de heróis. A busca pelas horcruxes acaba levando o trio de volta para a escola de Hogwarts, onde ocorre a espetacular batalha final entre o Lord das Trevas e Harry Potter junto com seus respectivos exércitos de bruxos. No meio da gigantesca batalha em escala épica, sobra um pequeno tempo para dar uma respirada próximo ao final, que serve de “pit stop” para muitas explicações, amarrando diversas pontas soltas deixadas não só pela Parte 1, mas por todos os filmes anteriores.
Quando li o sétimo livro, fiquei impressionado com o tom sério e até mesmo cruel que a autora J. K. Rowling entrega a conclusão de sua obra. Quando olhamos para trás, os primeiros filmes são mais simples, mais infantis, mais leves. Porém ao mesmo tempo em que os personagens foram crescendo, também foram se intensificando os problemas. Cada vez mais sombrios, a conclusão de cada capítulo aumentava um nível em dramaticidade, principalmente com a morte de alguns personagens chave. Porém o aumento no número de corpos neste último capítulo é assustador! Algumas destas mortes de personagens secundários e carismáticos são muito tristes, atingindo o espectador com um soco no estômago. (Nota: na nossa sala tinha uma fã muito histérica que começou a chorar escandalosamente mesmo antes destas mortes acontecerem propriamente na tela). Isso aumenta a carga emotiva em diversas cenas de deixar os olhos cheios d'água, pois é impossível não criar um laço emocional.


Por esse motivo só tenho elogios para a escritora, que teve coragem de assumir alguns riscos saindo do que normalmente se esperaria! Da mesma forma, a adaptação para as telas está fantástica e merece elogios. Mesmo nas cenas mais intensas, não pouparam corpos espalhados e personagens feridos e ensanguentados em meio a combates impressionantes, onde todos atiram pra matar, sem piedade. Existem também momentos de tensão que beiram o cinema de terror, chegando a dar sustos genuínos na platéia. Mas é claro que esse peso todo não toma o filme inteiro! Felizmente existem bons momentos de alívio cômico bem colocados (e alguns não intencionais meio fora de hora também), muitos deles cortesia de Ron Weasley. Também existem aqueles momentos românticos, afinal o beijo mais aguardado da história do cinema finalmente acontece.
O visual do filme está melhor do que nunca. A batalha final usa e abusa de efeitos visuais excelentes, misturados com cenários reais destruídos e cheios de entulho. Novamente a direção de David Yates (responsável também pela direção de A Ordem de Fênix, Enigma do Príncipe e da Parte 1 das Relíquias da Morte) soube caprichar tanto nas cenas de ação quanto nas dramáticas, extraindo ótimas atuações de todos os atores envolvidos. Em termos de atuação. o trio principal manteve o mesmo nível da Parte 1, mas neste filme Harry tem muito mais tempo de tela sozinho, e Daniel Radcliff encontra seu melhor momento nas telas. Quem também tem mais tempo de tela é Ralph Fiennes com seu intimidador Voldemort, num dos papéis que certamente merece lugar de destaque entre os grandes vilões do cinema.
Um final irretocável para uma longa história que encantou muitos no cinema, este último capítulo com sua correria fazem as duas horas de projeção passar voando, deixando aquele gostinho de "quero mais". Os fãs dos filmes e dos livros ficarão mais do que satisfeitos. Para aqueles que nunca se interessaram por acharem que é coisa de criança, fica a dica para terem um pouco de paciência com os primeiros capítulos, pois vale a pena se entregar a este fantástico universo e seus personagens maravilhosos.

Extraordinária saga de Harry Potter chega ao fim hoje!

Sim, nós já vimos!!!!!! E devo dizer que tudo, MAS TUDO MESMO, foi incrível!
Esse é um momento muito especial para quem acompanhaou essa história com tanto carinho ao longo dos anos. Mais do que um ótimo filme (o Fê escreverá mais sobre o filme propriamente), esse oitavo e último episódio marca o encerramento de algo que se tornou tão extraordinário e envolvente, que neste momento, resta o sentimento de uma despedida dolorida.   
Há 10 anos fomos apresentados a Harry, Ron, Hermione e tantos outros. Desde então, eles fazem parte da nossa vida. Quem não pensou como seria divertido estudar em uma escola como Hogwarts, com suas aulas de poções e escadas que gostam de mudar de lugar? Quem não ficou inconformado como sempre sobrava para os três (Harry, Ron e Hermione) resolverem sozinhos os maiores problemas, mesmo quando tinham 11 anos? Quem não torceu em 7 filmes inteiros para um beijo entre Ron e Hermione?
Pois é, há 10 anos uma legião de fanáticos no mundo inteiro “adotou” esse universo mágico. Durante todo esse tempo acompanhamos passo a passo essa história. Vimos Harry, Ron, Hermione deixarem de ser crianças para se tornarem adultos. Acompanhamos os filmes, que no início tinham um jeitão bem infantil, se tornarem cada vez mais sérios e sombrios. Pudemos mergulhar dentro de um universo tão especial e complexo com bruxos, magias e encantos, e mesmo assim sentido como algo tão próximo.
Provavelmente é esse “conjunto da obra” que fez com que tantos se afeiçoassem de verdade por Harry Potter. Durante anos, mal conseguíamos esperar a estréia de um filme novo, e quando este acabava, já sabíamos que em 1 ou 2 anos teria outro e começávamos a ficar ansiosos novamente. Agora não. Hoje é diferente. Não teremos mais outro Harry Potter.
É por isso que as lágrimas e aplausos ecoaram hoje no cinema. É por isso que ficou um certo vazio.  
E é por isso que eu disse que TUDO foi incrível!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Os Agentes do Destino (nota 8)

Quando o enredo de Os Agentes do Destino (The Afjustment Bureau - título original) começa a se desenrolar, é impossível não se fazer a pergunta: "O que diabos está acontecendo aqui?". Mas logo tudo é explicado nos detalhes, como tem sido típico de filmes hollywoodianos que assumem que seus espectadores não conseguem tirar suas próprias conclusões. Descontando isso, o enredo do filme é realmente intrigante e original, tornado essa ficção científica um ótimo filme. Só por curiosidade, o roteiro se baseia num conto de Philip K. Dick, responsável por outras idéias originais (e algumas mais bizarras) que resultaram em filmes como: Blade Runner, Minority Report, O Vingador do Futuro, O Homem Duplo e O Pagamento.
 Matt Damon é David Norris, um candidato ao senado pelo estado de Nova York, que no dia que perde uma eleição, conhece a bela bailarina Elise Sellas, vivida pela inglesa Emily Blunt, por quem se apaixona. Porém algumas pessoas estranhas com habilidades mais estranhas ainda começam a interferir nos acontecimentos da vida de ambos, fazendo com que eles não se encontrem mais. Esas pessoas estranhas são responsáveis por controlar o destino da humanidade, e eles alteram os acontecimentos e as casualidades no dia-a-dia das pessoas, alterando seus destinos conforme lhes convém.
O filme tem um bom andamento, onde vamos conhecendo esse estranho universo controlado por pessoas que pretendem moldar o destino da humanidade. Eu diria que é uma ficção científica light, o que não assusta muito as pessoas que torcem o nariz quando sabe que o filme recebe esse rótulo. Próximo ao final o enredo acaba apelando para a boa e velha correria em nome do amor, com muita utilização do ótimo efeito visual das portas usadas pelos agentes. Num geral, agradou muito, principalmente pela originalidade do enredo, mesmo que no final o romance entre o casal principal tome a dianteira.

Nota: Só eu achei ou os Agentes se parecem demais com os Observadores da série Fringe?

Esposa de Mentirinha (nota 7)

Esse é um filme para os fãs de Adam Sandler. Uma comédia típica do ator, com algum humor mais caricato e um fundo de comédia romântica, no mesmos moldes de Como se Fosse a Primeira Vez, O Paizão ou A Herança de Mr. Deeds, mas ainda assim um pouco mais fraco que estes. Isso devido a um problema de roteiro que, com somente 15 min. de filme, o motivo principal do início é completamente esquecido, resultando todo o desenrolar do enredo de forma meio forçada. Mas no final das contas, o que vale em filmes de comédia são as risadas, certo? E nisso o filme se sai bem.

Adam Sandler interpreta Danny Maccabee, um cirurgião plástico que na noite do seu casamento pega sua noiva o traindo. Desolado, ele vai para um bar onde percebe que a aliança e alguma história absurda de como sua esposa é ruim para ele servem para ele conseguir pegar a mulher que quiser. Com isso ele passa a viver com a aliança sem estar casado, somente usando isso para conhecer mulheres. Mas numa noite ele conhece a loiríssima Palmer, por quem se apaixona. Então para não perdê-la, pede para que sua assistente Katherine, vivida por Jennifer "Rachel" Aniston, se passe por sua ex-esposa. As coisas se complicam, e para manter a mentira, todos são obrigados a viajar juntos para o Hawaii, incluindo até mesmo os filhos de sua assistente no meio da mentira.
  
Acho que o Adam Sandler gostou do Hawaii depois de filmar Como se Fosse a Primeira Vez lá, ou o filme foi pago pela secretaria de turismo de lá. O longa é quase um vídeo promocional do hotel e das localidades onde foram filmadas as cenas. O humor em geral não recorre à baixaria, exceto na impagável cena com Dave Matthews (sim o mesmo da banda), numa ponta inspiradíssima no filme junto com Nicole Kidman. A química entre Sandler e Aniston nas telas está muito boa, e os diálogos entre eles são ótimos, cheios de sarcasmo. É lógico que no final haverá uma esperada reviravolta amorosa, não precisa ser gênio para prever isso nesse tipo de filme, mas de modo geral tudo é bem conduzido.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (nota 10, 11, 12, todas as notas)

What is your name?
What is your quest?
What is your favorit
e colour?

O que dizer sobre o filme que é considerada a melhor comédia de todos os tempos? Difícil escrever esse tipo de resenha, mas vamos lá! Num domingo frio e nebuloso, graças à programação fraca e repetitiva da tv à cabo, eu e a Ju decidimos rever o clássico Monty Python em Busca do Cálice Sagrado, pois já fazia algum tempo que não o via. E que melhor jeito de alegrar um final de domingo preguiçoso? Rimos escandalosamente como se fosse a primeira vez. Mesmo já sabendo quase de cor a piada que viria, a risada vinha antes mesmo da piada. Por incrível que pareça, mesmo sabendo que a estréia ocorreu em 1975, o filme continua muito relevante e histericamente hilário.
Para aqueles que não fazem idéia do que se trata, o grupo Monty Python foi um dos mais influentes grupos de comédia de todos os tempos. Seu humor inglês bizarro e non-sense angariou milhões de fãs ao redor do mundo. A série de TV Monty Python and The Flying Circus teve 4 temporadas exibidas pela BBC na Inglaterra, de onde saíram alguns sketches cômicos que continuam a ser venerados até hoje (quem não gosta do Ministry of Silly Walks, ou da Piada Mortal?).
Este, que foi o primeiro longa do grupo (e também o primeiro longa dirigido por Terry Gilliam, parte do grupo e responsável pelas bizarras animações) mostra o Rei Arthur (Graham Chapman) na busca pelo Cálice Sagrado, após receber a missão de Deus. Antes de partir em sua missão divina, ele busca por cavaleiros para se juntarem a ele na Távola Redonda em Camelot ("Let's not go there, it's a silly place" - Rei Arthur). Em sua jornada com seu escudeiro Patsy (Terry Gilliam) ele encontra com Sir Lancelot, o Bravo (John Gleese), Sir Bedevere (Terry Jones), Sir Galahad, o Puro (Michael Palin) e Sir Robin, o Não-tão-bravo-quanto-Sir-Lancelot (Eric Idle).
São muitas piadas para listar todas, o filme engatilha um motivo para dar risada atrás do outro. Mas vale a pena lembrar de algumas aqui: Os Cavaleiros que dizem NI, o Cavaleiro Negro que mesmo esquartejado ainda quer brigar, a festa de casamento arruinada por Sir Lancelot, o Coelho de Tróia, as andorinhas migratórias e seus cocos, a comparação de uma bruxa com um pato, o guardião da ponte e suas três perguntas, os monges batendo com a cabeça em tábuas, o coletor de mortos e muitas outras. Nem os letreiros de abertura escapam de uma boa piada, e precisam ser reiniciados três vezes.
E um filme tão estranho e sem sentido como esse só poderia acabar num dos finais mais bizarros da história do cinema. Quem ainda não conhece, pare de fazer o que está fazendo e vá ver AGORA

Passe Livre (nota 8)

Mais uma excelente comédia dos irmãos Farrelly, as mesmas mentes doentias responsáveis por comédias como Quem Vai Ficar Com Mary?, Eu, Eu Mesmo e Irene, Ligado Em Você e O Amor é Cego. Este longa volta mais ao estilo dos primeiros dois filmes da dupla de diretores, com um humor mais esculachado e adulto, com direito a algumas nojeiras e baixarias típicas dos Farrelly, se afastando um pouco das comédias mais familiares que eles vinham fazendo. Os fãs da filmografia citada acima não ficarão desapontados, é diversão certa!
O enredo do filme é simples, mas muito bem desenvolvido. Dois casais amigos já nos seus 40 anos, formados pelos atores Owen Wilson e Jenna Fisher, Jason Sudeikis e Christina Applegate , fazem um acordo após muita reclamação dos maridos da vida rotineira e com pouco sexo. Eles decidem dar uma semana de folga no casamento para que façam o que bem entenderem, com quem quiserem, sem justificativas e desculpas. Com isso, é claro que os homens se julgando experientes e capazes de pegar qualquer mulher que quiserem, saem à caça. É nessa situação que surgem as melhores piadas. A cena no campo de golf é antológica, ver os quarentões domesticados chapados devido a brownies "especiais" é de chorar de rir.
É claro que é fácil prever o final do filme, que sai do cômico, dando lugar à emoção. Chega a ser um pouco piegas a princípio, mas é um final bonito e acertado para o filme. NOTA: Os Farrelly continuam sendo mestres em filmar uma cena de masturbação masculina ridícula!!!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sucker Punch - Mundo Surreal (nota 7)

Este filme estava na minha lista de mais aguardados para este ano por dois motivos: 1) é a primeira produção original do excelente diretor Zack Snyder, e não uma adaptação, e 2) os trailers mostravam um mundo imaginário muito original e deslumbrante, e a curiosidade para saber como Snyder iria juntar tudo aquilo era grande. Após ver o filme, fiquei com uma sensação de que toda minha expectativa não fora completamente atendida, mas já explico os motivos.
O enrendo é estranho, mas bem original. Após um acidente, a protagonista chamada Baby Doll é internada num hospício, e em cinco dias ela será lobotomizada. Então, junto com outras internadas (Sweet Pea, Rocket, Amber e Blondie), planejam uma fuga. Porém, para conseguirem fugir, precisam roubar 4 itens dos funcionários do hospício. A descrição não é nada muito especial sem o detalhe principal, toda a ação dos furtos dos objetos se passa num mundo imaginário fantasioso na mente de Baby Doll. E essa imaginação tem vários níveis, cada um com seu tema fantástico, fazendo o filme parecer uma coletânea de videoclipes de ação. O hospício é substituído por um bordel, e as meninas são as atrações principais. E cada missão para roubar um objeto se passa um nível acima, em mundos imaginários mais estranhos e bizarros.
É nesse nível mais alto da imaginação fantasiosa que o filme despiroca de vez em cenas de ação incríveis, com direito a muito abuso da câmera lenta que o diretor adora, e sabe usar com muita qualidade. Este é o ponto alto do filme, pois Snyder sabe filmar cenas de ação incríveis, e aqui ele junta elementos fantasiosos absurdos, com uma pitada de fetiche. Seja numa luta contra um samurai gigante com uma metralhadora num Japão feudal, ou numa versão steampunk da primeira guerra mundial, as coreografias das lutas e tiroteios, o visual e efeitos especiais de cair o queixo, e uma trilha sonora empolgante fazem todas estas cenas de ação serem memoráveis.
O que me incomodou no filme foi a escolha da atriz principal. Mesmo ela tendo mandado bem nas cenas de ação e saber fazer pose de bad ass, ela fica o tempo todo com cara de coitadinha, mesmo durante um quebra pau enorme. Sem contar o fato que leva quase 20 minutos de filme para ela pronunciar a primeira palavra. Outro ponto que não me agradou demais foi esse climão de coletânea de videoclipes. Apesar das cenas de ação serem incríveis, a unidade do conjunto da obra ficou estranho, as vezes perdendo um pouco do foco. Mas a pior coisa foi o final do filme, esse me decepcionou demais.
Resumindo, não é um filme que qualquer um vai gostar. Eu diria que as esposas e namoradas, a não ser as mais nerds, vão achar um saco. Para os apreciadores de filmes fantasiosos com muita ação de excelente qualidade, é um prato cheio.

Top 10 filmes favoritos - Ju

Clique aqui e veja a lista dos meus 10 filmes favoritos!
(esse link vai direto para a minha lista no IMDB)