terça-feira, 28 de junho de 2011

Rio (nota 7)

Quando estava vendo esse filme fiquei um pouco incomodado com os tradicionais clichês brasileiros que inundam a tela desde o primeiro minuto de exibição. A santíssima trindade brasileira samba-futebol-bunda (lógico que se tratando de uma animação infantil, esse terceiro passa bem sutil, mas ainda assim presente) somado à favela, marcam presença constantemente no filme. Tente contar a quantidade de vezes que a palavra "carnaval" é mencionada!!! Mas o que incomoda mesmo é que o filme foi escrito e dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, o mesmo da série Era do Gelo! Então não podemos nem reclamar que os gringos não sabem nada sobre a nossa terrinha. Porém pensando com mais calma depois, percebi que a culpa de todo esse clichê é nossa mesmo, afinal o Brasil só sabe exportar essa imagem pra fora, então nada melhor do que um filme hollywoodiano pra fixar essa imagem no consciente mundial, certo?
Clichês à parte, o filme é bem divertido! Blu, uma ararinha azul que foi tirada das florestas brasileiras por traficantes de animais acaba sendo resgatada e cuidada por Linda na gelada Winsconsin. Porém como essa é uma espécie em extinção, um ornitólogo brasileiro vai aos EUA para pedir que Blu venha ao Brasil para cruzar com uma ararinha azul fêmea. Porém Blu nunca aprendeu a voar, o que se tornara o objetivo principal em sua jornada pelo auto conhecimento tradicional das animações.
O humor do filme está bem interessante, mas nada que te faça gargalhar! A criançada provavelmente vai gostar mais do que os adultos, pois o filme tem um visual lindo, muito colorido e com muita música, seja o samba (com letras em inglês no original), seja com uma mistura do samba com música eletrônica (cortesia de Will I Am do Black Eyed Peas, que também dubla um personagem), mas não se trata de um musical no estilo Disney. Os dubladores principais combinaram muito bem com seus personagens. A voz nerd do Jesse Einsenberg (de Rede Social) representa bem o Blu e seu medo de voar, e a voz de Anne Hathaway represente bem a esquentada Jewel.
Essa animação é boa, mas não tem o mesmo carisma de Era do Gelo, apesar de ambos terem estruturas muito parecidas. Deve agradar mais a criançada do que aos adultos, algo que os filmes da Pixar conseguem fazer melhor.

Desconhecido (nota 8)

O Liam Neeson não tem o estilo de um ator de filmes de ação, porém nas poucas vezes que ele esteve nesse tipo de papel mandou muito bem. Seja como o mestre Jedi Qui-Gon Jinn em Star Wars Ep. 1, como o vilão Ra's Al Ghul em Cavaleiro das Trevas ou um pai em busca de sua filha em Busca Implacável. Neste Desconhecido, ele faz o papel de um professor de biotecnologia que logo ao chegar na Alemanha sofre um estranho acidente de carro. Ao acordar no hospital, vê sua vida virar de cabeça para baixo, quando nem mesmo sua esposa o reconhece, fazendo com que sua sanidade seja questionada o tempo todo.
O grande mérito do filme está no roteiro intrigante que consegue capturar nossa atenção o tempo todo, sempre duvidado das "verdades" ditas pelos personagens. Todas as atuações estão na medida certa, e a ambientação europeia sempre favorece muito esse tipo de filme envolvendo grandes tramas conspiratórias com um herói de momento. Boa pedida para quando surge aquela vontade de ver um filme inteligente e intrigante.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os Outros Caras (nota 5)

Este filme é um prato cheio para quem gosta das comédias do Will Ferrell. Eu particularmente nunca fui muito fã dos filmes dele, como O Âncora ou Ricky Bobby por exemplo, mas confesso que dei boas risadas com as bizarrices deste filme. Mas saibam que o filme só vale pelas piadas estranhas, pois como como um longa metragem completo ele falha miseravelmente.
O enredo é meio confuso e só serve de pano de fundo para costurar todas as cenas cômicas. Dois policiais, vividos por Will Ferrell e Marck Walberg, que querem assumir o posto de heróis deixado pelos fodões vividos por Dwayne "The Rock" Johnson e pelo sempre presente Samuel L. Jackson, que morrem logo no começo do filme na cena mais bizarramente hilária do longa. Nessa tentativa de aparecer eles se vêem no meio de um caso que envolve fraudes imobiliárias, mas isso não importa na verdade. O que importa são as situações estranhas que envolvem o certinho e cafona Will Ferrell sendo casado com a espetacular Eva Mendes e a chamando de esposinha normalzinha, por exemplo. E Mark Walberg que demonstra ótima capacidade cômica com seu jeito estouradão berrador que sabe dançar balé.

O filme é um emaranhado de cenas engraçadas, lembrando que se trata de um humor meio estranho, enrolados num enredo esquecível, tendo como única função fazer rir. É a comédia pela comédia, sem mais nem menos.

domingo, 19 de junho de 2011

Deixe-me Entrar (nota 7)

Deixe-me Entrar é o tipo de filme que consegue surpreender positivamente. Parte disso eu atribuo a forma inteligente com foi desenvolvido o roteiro, que tem elementos já bem conhecidos da cultura pop geral, nos prendendo desde o começo. Apesar do ritmo bastante arrastado e lento do filme, a tensão sempre crescente é o que dá o climão de terror do filme, ainda que os protagonistas pareçam inocentes crianças de 12 anos!
Owen é um menino de 11 anos, filho de mãe alcólatra e divorciada, constante vítima de abusos de crianças mais fortes no colégio. Sua vida parece um constante sofrimento, até que ele conhece Abby, sua nova vizinha recém chegada, quem ele só encontra à noite. Não leva muito tempo para entender que Abby é na verdade uma vampíra, e seu pai é quem mata pessoas para conseguir sangue para alimentá-la. Mesmo conhecendo o "problema" de Abby, Owen nunca abandona sua amiga, mesmo quando a polícia começa a investigar as estranhas mortes na cidadezinha.

Da forma simples como está descrito acima não parece grande coisa, mas gostei muito do filme. É muito interessante ver a amizade dos dois crescendo na tela, mesmo que ambos não falem muito. O climão de terror que eleva a tensão na tela é fruto dos assassinatos, e da crescente fome de Abby. E quando essa sede de sangue é maior do que o controle dela, o verdadeiro lado assassino da menina se revela, levando-a a brutais mortes.
Como já escrevi em outras resenhas neste blog, achei uma porcaria a forma como a famigerada saga Crepúsculo destruiu a imagem de monstros que os vampiros deveriam ter. Felizmente neste filme os princípios fundamentais do monstro foram mantidos, gerando aquela dualidade entre um ser que parece ser normal, elegante e amigável mas precisa de sangue humano, e usa de toda brutalidade necessária para obtê-lo.
Os atores mirins estão muito bem. A boa interpretação de Kodi Smit-MacPhee (o mesmo de A Estrada) como Owen é muito acertada, e melhor ainda é já conhecida Chloe Moretz (de Kick-Ass), que certamente ainda será uma excelente atriz num futuro próximo.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (nota 5)

Este filme filme é um ótimo exemplo de como se estragar uma diversão que poderia ser muito mais interessante. Digo isso por um motivo: Se você é americano, e como todo americano idolatra suas forças armadas defensoras da liberdade e da democracia, provavelmente vai amar este filme. Porém se for um cidadão de qualquer outro país do mundo, provavelmente vai achar um saco todas as cenas que não envolvem ação e tiroteio.
Podemos imaginar esse longa como um Falcão Negro em Perigo turbinado com áliens e muito mais área destruída, mas dramaticamente muito inferior. Como está bem óbvio pelo título, o filme trata de acompanhar um esquadrão dos marines do exército americano lutando em Los Angeles durante uma invasão alienígena que visa roubar a nossa água. Felizmente o filme tem tudo que se espera dele: muitas explosões, tiroteio, ação desenfreada e constante tensão na espera pelo próximo embate. 
Porém é nas falhas do roteiro e no excesso de explicações e de glorificação dos soldados incansáveis e heróicos que o filme se perde. Por exemplo, por que diabos o esquadrão fica de fofoquinha e frescura com o novo líder em plena invasão alienígena que ameaça toda a raça humana? Realmente foi um excesso de enredo totalmente desnecessário. De resto, não tem muitas novidades, todos sabem o que esperar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Atingimos 10000 visualizações!!!

Incrível! Atingimos a marca de 10.000 visualizações neste curto período de 3 anos de existência ativa deste modesto blog!!

Gostaríamos de agradecer a todos que estão sempre visitando, lendo nossas opiniões. Espero que gostem, e peço desculpas pelos eventuais escorregões na língua portuguesa.

Queremos saber quem são aqueles que passam sempre por aqui. Deixem comentários, sugestões, elogios ou críticas! 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Brilho de uma paixão (nota 7)

Esse é um daqueles filmes que o nome e o cartaz funcionam como repelente de maridos... Tudo é bem doce, bem romântico, bem devagar, bem inglês e bem de época. Não me entendam mal, eu gosto muito de filmes assim, mas é bom avisar porque realmente não é o tipo de filme que agrada a todos.

O filme mostra a história real da relação do poeta John Keats com Fanny Brawne (ambos interpretados pelos desconhecidos Ben Whishaw e Abbie Cornish ). John e Fanny são vizinhos que acabam se apaixonando, e o conflito central dessa historia é que Keats, um escritor ainda sem grandes êxitos na carreira, não tem renda suficiente para propor casamento a Fanny. Esse é o pano de fundo na qual se desenrola a sofrida história desse casal, que conta com todos os ingredientes que um romance inglês de época sempre tem: grandes bailes, cartas românticas, murmurinhos na sociedade, drama, e mais drama.

Brilho de uma paixão” não é tão envolvente e bem construído quanto os maravilhosos “Razão e Sensibilidade” e “Orgulho e Preconceito” (baseados em obras de Jane Austen), mas é um bom filme, recomendado principalmente para as pessoas que (como eu) gostam desse estilo. Para quem ainda está testando o gosto pelo estilo, sugiro começar com esses dois acima citados.

sábado, 4 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe (nota 9)

Ontem fui ao cinema ver a estréia de X-Men: Primeira Classe com grandes expectativas. Mas não que eu já estivesse ansioso esperando por este filme, muito pelo contrário. Diante das duas últimas produções dos mutantes, o fraquíssimo X-Men 3 e a colcha de retalhes que é Wolverine, estava bem receoso.  Mas conforme foram aparecendo os trailers e os nomes ligados a produção foram sendo conhecidos, comecei a prestar mais atenção. E não é que o filme é bom pra car@!%3¢!!! Diria que é o melhor filme dos X-Men, melhor até que o excelente X-Men 2.
E por que é tão bom? Pra começar, como sempre digo, a alma de um bom filme é um bom roteiro. E aqui temos um ótimo enredo que se utiliza de acontecimentos reais, neste caso a crise dos mísseis de Cuba, para desenvolver uma história que conta a origem do grupo mutante e da a amizade entre Xavier e Magneto, sendo conciso e coerente com o que já existe no cinema sobre o universo mutante da Marvel. Além disso o filme consegue criar cenas com dramaticidade e diálogos bastante intensos, boa parte deles vindos da dupla Xavier e Magneto, assim como cenas de humor com os mutantes adolescentes, e algumas cenas incrivelmente tensas e sombrias com Magneto. É claro que não podemos esquecer a ação, que está fantástica, com momentos de demonstrações grandiosas de poder mutante. Falando em poder mutante, a forma inteligente como muitos são usados me surpreendeu positivamente, pois sempre acho que muitos são subutilizados. Novamente fica o destaque para a dupla Xavier e Magneto nessa boa utilização de habilidades mutantes.
Boa parte dessa qualidade descrita acima julgo ser responsabilidade do produtor Bryan Singer, que volta à série mutante após dirigir os dois primeiros longas, recuperando a boa qualidade do início da série, e do diretor Matthew Vaughn (o mesmo de Kick-Ass). Ambos ajudaram com o roteiro, e dá para perceber bem o que foi pensado por cada um. De Singer, os diálogos recheados de discussão filosóficas e decisões ambíguas sobre o lugar dos mutantes no mundo, de Vaugh, as cenas de ação incríveis. Mas não podemos nos esquecer dos personagens. E que personagens! Da mesma forma que Heath Ledger entregou o Coringa definitivo em Cavaleiro das Trevas, aqui James MacAvoy e Michael Fassbender entregam as melhores versões de Charles Xavier (Professor X) e Erik Lensherrer (Magneto) do cinema. Os dois em cena engolem os atores a sua volta e carregam o filme nas costas quando o ritmo dá uma desacelerada. Foi brilhante a forma como retrataram o início da amizade e consequente separação dos dois. A Mística também tem um papel importante e muito interessante no enredo e nas discussões filosóficas tradicionais dos mutantes.
Mas é claro que todo bom herói precisa de um bom vilão. Então entra em cena o ótimo personagem Sebastian Shaw, o líder do Clube do Inferno, vivido de forma excepcional por Kevin Bacon. Com toda elegância e poder que tem, seus planos de guerra mundial são o que movem o filme pra frente. Falando em elegância, o visual do ano 1963 do filme está demais. Seja nas roupas, carros ou música, o feeling retrô fazem com que o filme se pareça muito com um James Bond Mutante.
Pra variar, quando a nerdisse ataca, eu escrevo demais. Só pra complementar, a atuação de Fassbender como Magneto está incrível. Ele desenvolveu o personagem numa profundidade que não julgava ser possível no cinema. Sua busca constante por vingança, e seu estilo agente secreto, e sua crueldade em certos momentos são responsáveis pelas melhores e mais tensas cenas do filme. Filme obrigatório para todo fã dos mutantes.

Casa Comigo? (nota 6)

Comédia romântica padrão, mas com um "feeling" melhor do que de costume, e sem todos os clichés tradicionais do gênero. Só isso já vale um elogio, já é raro vermos algum novo neste subgênero de filmes hollywoodianos. Anna Brady está desesperada para casar, e vê uma oportunidade de ir atrás de seu namorado na Irlanda, e recorrer a uma tradição local de usar o dia 29 de Fevereiro de um ano bissexto para ela pedir seu namorado em casamento. Porém quando chega lá, devido a dificuldades de transporte, é obrigada a fazer uma longa viagem pelo interior da Irlanda para conseguir chegar em Dublin a tempo. É aí que entra o "galã" Declan, que no começo de mostra rude, mas vai amaciando com o andamento da viagem.
Como podem ler acima, é tudo bem tradicional, certo? Esse é daqueles filmes que o trailer mostra quase todo o desenrolar do enredo, e não precisa ser muito esperto para preencher as lacunas. Mas felizmente nem tudo é como esperado. por exemplo, um tradicional cliché é a presença da "melhor amiga" da protagonista. Aqui ela não existe. E o formato de "road trip" também favorece o filme, pois as belíssimas paisagens da Irlanda são praticamente um personagem a parte no filme. Também não existe piadinhas forçadas que sentimos aquela obrigatoriedade de rir, o humor é bem suave, sem irritar nem atrapalhar.

Outra coisa que ajudou muito foi a dinâmica entre os atores principais. Amy Adams já se mostrou muito competente em filmes como O Vencedor, e aqui consegue passar emoções conflitantes de forma muito competente. Já Matthew Godde (alguns podem se lembrar dele como o Ozymandias em Watchmen) consegue demonstrar bem uma gama de emoções que formam a jornada do rude até o apaixonado, apesar de seu sotaque irlandês ser muito ruim.Fica a dica pra um filminho bem água com açúcar pra quando não faltarem opções.

Eu Sou o Número Quatro (nota 6)

Eu diria que essa é a versão masculina do terrível Crepúsculo, mas com um pouco mais de qualidade. Ok ok, vou deixar a maldade de lado um pouco e falar sério. Este filme foi feito já planejando ser uma nova franquia de filmes de aventura adolescentes. Ele vai um pouco n embalo do que se tornou a famigerada saga Crepúsculo, ou até mesmo o fraquinho Percy Jackson, mas te todos estes, Eu Sou o Número Quatro se sai melhor, pois foge um pouco das afetações e problemas adolescentes no colégio, dando lugar a um enredo mais voltado pra ficção científica e muita ação e efeitos especiais de boa qualidade.

É lógico que não podemos esperar que um filme desse tipo ignore os tradicionais problemas de bullying colegiais, do mocinho marombado querendo proteger o amigo fracote, e é claro que se apaixona pela ex-namorada do atleta popular. Todo esse tradicional cliché está lá, mas felizmente a motivação pra tudo isso é até interessante. John é um alienígena que veio para a Terra quando criança. Um dos últimos descendentes de sua raça, acompanhado de seu guardião e tutor, ele foge de lugar em lugar pois não podem ser encontrados por outra raça alienígena que está dizimando os fugitivos. Dos nove restantes, três são mortos, resultando em novos poderes para John, que vai usá-los para defender seus novos amigos terrestres.

Não é nada que vai mudar sua vida, mas certamente entretém com boas cenas de ação e lutas bem coreografadas, mas irrita com a tradicional enrolação colegial.