Ao ler a sinopse deste filme de estréia do diretor espanhol Rodrigo Cortés, sobre um homem que acorda dentro de um caixão e o filme inteiro se passa dentro desde caixão, e se contar que o ator principal (e único) é Ryan Reynolds, alguém que nunca considerei bom ator dramático, não me despertou o menor interesse. Não fossem os elogios da crítica especializada eu nem teria me arriscado. E ainda bem que me arrisquei, pois é um filme memorável.
Paul Conroy é um motorista de caminhão americano trabalhando no Iraque. De repente ele acorda no escuro, amarrado dentro de um caixão de madeira enterrado no chão. Ele não lembra como chegou lá, e tudo que tem em mãos é um isqueiro e um celular. Conforme ele tenta telefonar para diversos números para pedir socorro vamos conhecendo um pouco da história dele. Pode parecer chato, mas o diretor conseguiu imprimir um ritmo nas cenas e nos diálogos que realmente prendem a atenção e te deixam tenso o tempo todo, torcendo pela vida de Paul nesse ambiente claustrofóbico. A inventividade do diretor para conseguir filmar com praticamente nenhuma luz dentro de um espaço tão pequeno é incrível.
E não é que eu estava errado quanto ao Ryan Reynolds? Ele mandou muito bem nesse filme. A carga dramática de uma pessoa que sabe que o fim está próximo, mas se agarra a qualquer fiapo de esperança é comovente e assustadora. O longa consegue não cansar o espectador, cria tensão nas horas certas, e comove quando precisa. Um filme certamente corajoso e que merece muitos elogios.
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