terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Amor a Toda Prova (nota 8)

"O Amor", grande inspiração para incontáveis comédias ou dramédias românticas. São tantas produções nesse estilo, quase idênticas entre si, que fica até difícil separar uma ou outra por alguma qualidade específica. É raro algum cineasta se aventurar a mudar a forma padrão desse tipo de filme, em parte por culpa do público mais casual que consome muito esse estilo de filme quadradinho dentro de um território muito conhecido e seguro. Mas felizmente, de vez em quando alguém tem a coragem de se aventurar, nem que seja um pouco fora da fórmula padrão, nos brindando com ótimos filmes que sabem divertir e emocionar, e ainda entregar um produto com ar de inovada criatividade. É o caso de um filme que adoro e sempre referencio aqui, o 500 Dias com Ela, e agora também é o caso de Amor a Toda Prova (Crazy, Stupid, Love, título original).
Cal e Emily Weaver (Steve Carell e Juliane Moore) são um casal que deixou a relação chegar num ponto de total estagnação. Ela trai ele e pede o divórcio. Ele sai de casa, mergulha em bares para afogar às mágoas e acaba encontrando em Jacob Palmer (Ryan Gosling) um mentor para retornar à ativa. Jacob, um pegador infalível, dá um banho de loja e ensina Cal os caminhos para se tornar um mulherengo, mesmo que ele ainda tenha sentimentos por Emily. Enquanto isso, seu filho Robbie também enfrenta um problema amoroso, pois está apaixonado por sua babá Jessica. Paralelamente acompanhamos a jovem advogada Hannah (Emma Stone), que espera um pedido de casamento de seu colega de trabalho.
A descrição acima parece padrão para todos os filmes de dramédia romântica, mas acreditem, ela não faz jus ao desenvolvimento do filme, que não posso contar mais senão estraga. O que posso dizer é que o filme conta com diálogos ótimos, sem situações estranhamente forçadas. As situações cômicas são muito boas, sem piadas bobas, exceto por um momento mais pastelão próximo ao final, mas que continua divertindo. Além disso, temos também momentos bem emocionantes, mas sem apelar para o dramalhão exagerado. Todas as situações apresentadas, sejam as engraçadas ou emotivas, são muito reais, pé no chão, fazendo o espectador se aproximar dos personagens ou até se identificar com eles. A única ressalva fica por conta da grande convergência de histórias ao final, que sai um pouco dessa realidade, mas não deixa de se encaixar muito bem no enredo, completando o filme.

Mas uma das principais forças do longa, além do bom roteiro, é o ótimo elenco reunido, que a primeira vista parece não combinar. Porém a química entre todos os atores está muito boa, tornando as situações e diálogos ainda mais interessante. Mesmo Steve Carell com sua eterna cara de bobo sabe mandar bem nas cenas emotivas, algo que ele já tinha provado no ótimoPequena Miss Sunshine, mas também sabe levar a comédia na medida correta, sem exageros. 
Uma ótima pedida para quem procura um entretenimento fácil, divertido e emocionante. Mas a melhor impressão que fica é a de uma injeção de criatividade dentro de um gênero tão batido e previsível.

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