terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 (nota 11)

Expectativa pré-filme é uma coisa muito complicada. Quando ela não é plenamente satisfeita pode significar que você não vai gostar tanto do filme quando poderia. Foi mais ou menos o que aconteceu comigo no filme A Origem. E quanto maior a expectativa, maior o possível tombo. Mas são raras as vezes que mesmo a expectativa sendo grande, acontece a felicidade de o filme ser melhor ainda e superar tudo que se esperava dele. E isso foi exatamente o que ocorreu comigo ontem ao sair em completo êxtase da exibição do Tropa de Elite 2 falando em alto e bom som no mesmo linguajar do longa: "Putaqueopariu!! Que filme fodástico do caralho!" Desculpem a linguagem chula, mas precisava desabafar.
Mas por que é tão bom assim? Por que absolutamente todos os aspectos da produção do melhor filme do ano (na minha humilde opinião) são executados com perfeição por uma equipe habilidosa e que manja muito de cinema. Começando pelo lado mais técnico, a fotografia é incrível, seja nas cenas em favelas e escritórios apertados ou em amplas tomadas aéreas, com enquadramentos não convencionais e aquela câmera tremida na medida certa nas cenas de ação que te colocam perto do que está acontecendo, deixando um clima clasutrofóbico onde o espectador se sente parte da ação constantemente. A edição e a montagem do filme são de cair o queixo. A trilha sonora se encaixa com perfeição em todas as cenas. A direção de José Padilha ao amarrar tudo isso é primorosa e merece muitos elogios de todos, não devendo nada para nenhuma produção Hollywoodiana. Mas é claro que nada disso conta sem ele, o coração e alma de qualquer filme, o roteiro!!
Escrito pelo próprio José Padilha em parceria com Bráulio Mantovani, este roteiro original (lembrando que o primeiro Tropa de Elite foi baseado numa obra literária) constroi uma trama incrível, cheio de maracutaias, reviravoltas, conspirações, bandidagem, politicagem, tudo amarrado com maestria e de forma coerente, que prendem a atenção do espectador do começo ao fim do filme. Tem momentos de pura adrenalina com ação vertiginosa, outros de que despertam a fúria e ódio, e ainda aqueles de desespero e sofrimento, e outros de pura risada seja pelo humor ou pelo nervosismo, mas no fundo no fundo, o roteiro brilhante mexe muito com o âmago de todos os brasileiros com temas muito sérios que transformaram o país na palhaçada que é hoje. Padilha dá um tapa na cara de todo eleitor e diz: "Presta atenção no que você está fazendo!"

E os personagens? No primeiro filme já eram todos muito carismáticos, e nesse segundo está ainda melhor. Personagens já conhecidos como o Coronel Nascimento, o Capitão Mathias, o Capitão Fábio retornam melhores do que antes, acompanhados por outros que o mantém nível de qualidade e empatia, e ainda conhecemos um dos melhores vilões do cinema brasileiro, o Rocha. Tão odiável e carismático quanto Zé Pequeno eu diria. E um protagonista da qualidade do Nascimento precisava de um vilão à sua altura, e é exatamente isso que temos.
Já que estamos falando dos personagens, os atores que os interpretam estão incríveis. Todas as atuações na medida certa, sem nada parecido uma novela da Globo. Dou destaque especial para Wagner Moura, Ihrandir Santos, André Ramiro, Milhem Cortaz e André Mattos. Todos entregam interpretações que devem durar por muito tempo na cultura pop dos filmes nacionais. E é claro que os diálogos são ácidos, recheados de palavrões e frases de efeito, como no primeiro filme.

Resumindo, o filme já fez uma das maiores bilheterias numa primeira senama no Brasil e merece ainda mais. Todos que gostam de um bom cinema tem a obrigação de ver este longa na telona e prestigiar uma das maiores obras do cinema nacional.

3 comentários:

Ana Lucia disse...

Concordo em gênero, número e grau. Esse filme é fantástico! Em todos os aspectos...

Deyvid disse...

Quando, depois de uma hora de filme, me dei conto de como estava gostando e olhei em volta e todos no cinema estavam sem piscar, pensei: "isso é realmente incrivel para uma produção nacional". Realmente esse filme é emocionante, realista, tem um apelo político sem igual, é fantástico!

Anônimo disse...

Esse Deyvid é um puxa saco do cacete!!