sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Drive (nota 5)


Com este filme eu cometi um erro que já me prometi que não cometeria de novo. Ver um filme premiado no festival de Cannes. Eu quis arriscar e crer que com este seria diferente, afinal um filme sobre um motorista de fuga, deve pelo menos ter ótimas cenas de ação e perseguição de carros. Mas novamente me arrependi e pra ajudar tive que aguentar a Ju me pentelhando pela escolha. Esse filme entra naquela categoria que até é bom, mas é muito, muito chato.


O grande problema é que o filme começa muito bem. Logo na abertura temos uma cena de fuga, que não é emocionante pela velocidade, mas é uma fuga tática, tensa, com poucos momentos de alta velocidade. Com isso, fiquei imaginando que veria muito mais daquilo deste ponto em diante, mas durante a próxima hora de filme, tudo que vemos é um arrastado e monótono relacionamento do personagem principal com sua vizinha e seu filho. A quase total ausência de diálogos é irritante. Cenas completamente estáticas e sem nenhuma conversa, é de dar nos nervos e gritar: "Acontece alguma coisa logo, saco!" Os personagens passam minutos olhando para as caras uns dos outros com no máximo duas linhas de texto.


Pelo menos nos últimos 40 minutos de filme alguma coisa acontece. Temos algumas poucas e boas cenas de carros em alta velocidade (finalmente!), e começam os assassinatos. Nesse ponto fiquei realmente impressionado, pois as mortes são brutais, viscerais, sanguinolentas e brilhantemente realistas. Acho que nunca vi nas telas, exceto no Assassino em Mim, mortes tão cruelmente realistas. Em um certo momento uma faca de cozinha é cravada no pescoço de um personagem, e dá pra sentir a resistência da carne sendo penetrada, nada daquelas facadas praticamente instantâneas que estamos acostumados a ver em filmes.


Resumindo, não é um filme pra qualquer um. O selo de Cannes é merecido. Portanto, aos que esperam um filme pipoca, muito cuidado.

Nenhum comentário: