Fazia muito tempo que eu estava com vontade de ver um bom filme de samurai. O último que me lembro de ter visto foi o ótimo Zatoichi de 2003. Quando conferi o trailer deste 13 Assassinos, imaginei que minha busca estaria no fim, e não fiquei decepcionado. O longa japonês entrega tudo que é esperado, e com muita qualidade. Desde o tradicional comportamento dos samurais japoneses, com sua honra e devoção ao dever inabalável, até as sangrentas batalhas de espada, tudo isso embalado em um belíssimo ambiente natural, e uma tradicional trilha sonora.
As comparações com o clássico Os 7 Samurais de Akira Kurosawa são inevitáveis. Alguns críticos estão até colocando isso como um demérito, porém eu não acho que estas similaridades sejam ruins, afinal o produto final é muito bom, além de ter um feeling mais atual, apesar de se tratar de um filme de época. O enredo é simples: Shinzaemon Shimada, um samurai honrado e respeitado, é incumbido de uma missão que vai contra os mandamentos do samurai de proteger seu senhor, que é assassinar o cruel Lorde Naritsugu, o degenerado irmão do atual Xogum e próximo na fila para assumir o xogunato. Como legalmente não podem evitar que uma pessoa tão cruel quanto Naritsugu, que mata e mutila seus criados por diversão, chegue ao poder, Shimada é destituído de seu título, e junta outros 12 leais samurais para planejar o assassinato do Lorde.
O ritmo do filme é interessante. Mesmo sendo meio longo, são 2:20h de duração, na primeira hora e meia acompanhamos num passo mais lento toda a preparação para o ataque. Neste momento acompanhamos o modo de vida tradicional japonês, com o sempre respeitoso tratamento entre classes, sejam serventes e lordes, ou mestres e aprendizes. Mas na última hora, prepare-se para muita ação de tirar o fôlego, com direito a muito combate de espadas e muito sangue voando na tela, no melhor estilo tarantinesco. Apesar do tom sério durante boa parte do filme, temos um pequeno alívio cônico com o morador da montanha que se junta ao grupo de assassinos durante sua jornada, e um único momento de bizarrice sexual japonesa.
Gostei muito do filme. Tanto durante o retrato da sociedade tradicional japonesa, quanto durante as empolgantes cenas de ação e combate. Mas saibam que se trata de um filme japonês, que tem seu ritmo e estilo de edição próprio, o que pode desagradar a princípio os que tem mais apego ao cinema americano.
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