sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Anjos da Lei (nota 8)


Existem ótimas comédias “sérias” que conseguem divertir muito, como é o exemplo do recente Intocáveis. Existem as comédias “involuntárias”, que são filmes que deveriam ser sérios, mas são tão ruins que só resta dar risada, como é o caso do Sequestro no Espaço, por exemplo. Porém, as melhores comédias, aquelas que o espectador fica com a barriga doendo de tanto rir, são aquelas que sabem não se levar a sério demais, e vão até as últimas consequências mais absurdas para causar risos. Felizmente em Anjos da Lei, uma readaptação do seriado homônimo oitentista, soube não querer ser muito fiel ao tema original, resultando uma das melhores comédias dos últimos anos.


O enredo trata de colocar dois policiais recém formados na academia em um programa de infiltração em colegiais, em busca de pistas sobre distribuição de uma nova droga. Schmidt, o nerd (Jonah Hill, que também assina o roteiro) e Jenko, o atleta (Channing Tatum), que eram colegas de colégio mas como de costume não se davam muito bem, e acabam se tornando amigos durante a academia de polícia e são os escolhidos para essa missão, tendo que fingir serem adolescentes e se readaptar ao colegial. A princípio parece que será mais uma daquelas típicas comédias adolescentes americanas, mas para a grata surpresa de todos, os preconceitos tradicionais do gênero logo são destruídos, atualizando e muito bem a tradicional fauna de colegial americano.


O humor é excelente. Rápido, e em muitas vezes completamente absurdo, com algumas pitadas de vergonha alheia, lembra um amálgama dos bons momentos de comédias como Superbad, Saturday Night Live e The Office. A ótima interação entre os personagens principais é ajuda muito, por exemplo na bizarra cena da primeira prisão a dupla. Os momentos de esporro recheado de palavrões, cortesia do Capitão Dickson (Ice Cube) são geniais. O final do filme se rende ao tiroteio de filmes de ação, mas mesmo assim, as piadas continuam rolando soltas.


Se em um ponto ruim a criticar é que no terço final do filme o ritmo das piadas dá uma boa reduzida, pois o tradicional momento da separação e reconciliação presente em quase todos os filmes também está aqui. Felizmente o final recupera o ritmo. De qualquer forma, vale muito conferir para dar boas risadas.

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