sábado, 26 de maio de 2012

Poder Sem Limites (nota 8)

Uma grata surpresa este filme. Quando vi o primeiro trailer já fiquei bem interessado, e quando saíram as primeiras críticas, chamou ainda mais minha atenção. Mais uma prova de que, boas idéias, mesmo que não totalmente originais, se bem utilizadas, podem sim fazer algo com cara de original e interessante. E claro que, toda a exibição de poder lembra muito um filme de origem de super herói, tornando o filme muito divertido.
O personagem principal, Andrew, é um típico adolescente tímido americano, que sofre com bullying e não tem amigos na escola, além de ter um lar problemático com pai alcoólatra e mãe doente, um barril de pólvora. Ele somente interage com seu primo, Matt, e quando ambos vão a uma festa e junto com Steve, um aluno popular, encontram um estranho buraco no chão no meio do mato, entram em contato com um estranho objeto que lhes dá estranhos poderes telecinéticos, que vão ficando mais fortes a medida que os usam.
O filme segue a estética de "filmagens encontradas" ou mockumentary, estilo iniciado por Bruxa de Blair, e bem utilizado por filmes como Cloverfield, Atividade Paranormal ou REC. A princípio eu achei que parecia só um recurso devido ao baixo orçamento do filme, mas depois mudei de opinião, me parecendo mais uma escolha estética do diretor Josh Trank, que funcionou muito bem. A princípio a desculpa é simples para a câmera acompanhar o tempo todo, Andrew simplesmente quer filmar tudo. Depois eles passam a filmar o desenvolvimento de seus poderes, e quando não é feita nenhuma filmagem por eles próprios, a ação é capturada por câmeras de segurança ou por celulares de pessoas que estão observando a cena.
O ritmo do filme é muito bom. Os três amigos vão descobrindo aos poucos todas as possibilidades de seus poderes, e como são adolescentes, em um primeiro momento utilizam isso somente para pregar peças e se divertir às custas dos outros. Mas conforme suas habilidades vão aumentando e as suas idéias de como utilizar esses poderes vão se modificando, um cenário problemático se forma.
Essa comparação já foi feita em muitas críticas, mas não poderia ser mais acertada. As semelhanças com Akira, a clássica, cultuada e incrível animação japonesa, são inegáveis. E isso é uma boa coisa, pois existe um projeto em andamento para uma adaptação americana de Akira para um filme live action, algo que quase todos parecem concordar ser uma péssima ideia (Dragonball manda lembranças). Esse filme mostra que pode ser feito algo com as mesmas idéias, sem precisar destruir uma obra cultuada por muitos fãs, me incluindo nesses.
Me divertiu muito, me peguei com inveja dos poderes dos amigos, querendo poder voar com eles. Apesar da estética aparentando baixo orçamento, os efeitos especiais e as grandiosas demonstrações de poder ficaram muito bons. Me mostrou também o potencial que a extinta série Heroes poderia ter alcançado, antes de cair demais em qualidade e eu desistir dela. Vale a pena conferir.

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