sexta-feira, 27 de abril de 2012

Os Vingadores (nota 10)

Eu gostaria de ter começado esta crítica de forma mais alegre, mas infelizmente tenho que fazer uma reclamação. Comprei antecipadamente o ingresso para ver o filme na seção da meia noite de quinta-feira no Cinemark Eldorad, na alardeada sala XD. Ao entrar na sala, o tamanho da tela impressiona, e o som é realmente muito bom. Mas a falta de respeito que foi destinada aos clientes pelo Cinemark conseguiu estragar a experiência de curtir o ótimo filme pra muita gente. Pra começar, os lugares eram marcados, mas estranhamente foram vendidos mais ingressos do que haviam cadeiras disponíveis, e muita gente não conseguiu seus lugares, e a confusão fez a projeção atrasar em meia hora até que tudo fosse resolvido. E pra coroar a falta de respeito, desligaram o ar condicionado, fazendo uma sala lotada de pessoas virar uma sauna. Muitas pessoas começaram a passar mal com o calor, e confesso que, se não fosse minha gigantesca vontade de ver este filme, teria levantado e ido embora, exigindo meu dinheiro de volta. Se a administração do Cinemark tivesse o mínimo de decência, devolveria o caro ingresso (R$27,00) de todos que estavam lá naquela noite. Sinto informar-lhe Sr. Cinemark, mas perdeu dois clientes fiéis. Feita a reclamação, vamos ao que interessa!

Confesso que estava com medo deste filme, muito medo. Como seriam administradas nas telas todos os protagonistas e personagens secundários dos filmes Homem de Ferro 1 e 2, Thor, O Incrível Hulk e Capitão América. As possibilidades de dar tudo errado eram muito grandes, ou do filme virar simplesmente um Homem de Ferro 3. E apesar de conhecer a boa fama de roteirista de Joss Wheadon, seu trabalho como diretor de longas era interessante, mas pouco. Mas o que eu não contava é que Wheadon é um mestre nerd que conhece muito bem todos os anseios dos fãs, além de saber lidar muito bem com um grupo de personagens, sem deixar ninguém de fora, como visto em Serenity. Agora, percebo que a escolha para assumir roteiro e a direção do filme não poderia ser mais acertada, e como um fã dos quadrinhos e dos personagens nos cinemas agradeço a ele por ter entregado esta jóia que, além de divertir muito a todos os tipo de público, é um enorme presente aos fãs. Era fácil ouvir os nerdgasmos na sala de cinema, afinal se trata do ápice de tudo que a Marvel havia construído no cinema até então. O filme superou com louvor todas as minhas melhores expectativas e piores medos, entregando entretenimento puro.
O que me deixou realmente impressionado é como todas as peças se encaixam dentro do esquema do filme. Tudo que aparece e todos os personagens tem seu destaque no momento certo, na hora certa e na quantidade certa. As interações entre os heróis são ótimas, seja em diálogos à bordo do porta aviões da S.H.I.E.L,D. ou quebrando o pau no meio do mato. O ritmo do filme é excelente, sabe acelerar com incríveis cenas de ação, dar uma parada para o público respirar e dar boas risadas com ótimos alívios cômicos (na maior parte vindos de Tony Stark, ou até mesmo do Hulk!!), só para ser acelerado novamente em outra cena de ação de tirar o fôlego.
Mas de que adianta tantos heróis sem um antagonista de respeito, certo? E apesar de termos a invasão alienígena como motivo para muitas explosões, quem comanda tudo é Loki. Tom Hiddleston reprisa seu papel de Thor, e se antes já fora uma ótima interpretação de vilão, aqui ele se supera. Mais a vontade no personagem e mais livre para extrapolar suas maldades, o Loki em Os Vingadores é excelente, um vilão que adoramos odiar. Além das suas táticas de desilusão e manipulação, também participa muito bem em cenas de ação.
E quanto ao medo de ser mais um grande show de Robert Downey Jr. como Tony Stark? É claro que Tony Stark/Homem de ferro rouba a cena quando depende dele, mas seria impossível algo diferente disso, já que é um personagem incrível. Mas todos tem seus momentos, e o tempo de tela fica muito bem distribuído. Até o Agente Coulson tem ótimas participações, junto com Nick Fury, que se envolve em algumas cenas de ação também. E os heróis mais "humanos" como a Viúva Negra (Scarletr Johansson) e o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) não ficam devendo nada para os mais poderosos na hora que a quebradeira começa, obviamente que em menor escala. Outro medo era como encaixariam o "antiquado" Capitão América na liderança do grupo, e mais uma vez o Steve Rogers de Cris Evans se prova acima das expectativas, e mesmo com seu colant colorido (o uniforme menos inspirado do filme), as qualidades de liderança e perseverança daquele magrelo do seu filme solo nunca desaparecem.
Falando em personagens poderosos, finalmente temos a verdadeira exibição dos poderes plenos dos personagens Thor, Homem de Ferro e Hulk. Gostei do filme do Thor, mas faltou justificar por que ele é um deus, e aqui ele não deixa barato. O mesmo vale para o Homem de Ferro, que utiliza todo seu arsenal absurdo, além de suas plenas capacidades de vôo para ajudar na luta contra os invasores alienígenas. Mas o show de descontrole como sempre fica com Hulk, mais imparável e forte do que nunca. Além disso, o Bruce Banner de Mark Ruffalo certamente é o melhor dos que tentaram até agora interpretar a contra-parte do gigante esmeralda. As discussões científicas entre Banner e Stark são ótimas, ainda mais quando Stark tenta irritar propositalmente Banner para que se transforme no Hulk.
Porém imagino que o grande motivo que agrada tanto os fãs é que o filme realmente se parece com um quadrinho da Marvel em movimento. Ele conserva todas as características das revistas da Casa das Idéias, ou seja, os heróis vão primeiro quebrar o pau entre si, para depois acertarem tudo, virarem amigos e salvarem o dia. E aí começa a escalada para as espetaculares cenas de ação, nos embates entre Homem de Ferro, Thor e Capitão América. E mesmo sendo esta cena impressionante na escala, ela é a menor de todas as que estão por vir. A escala dos eventos só aumenta daí pra frente, culminando uma batalha gigantesca de cair o queixo em Nova York, que conta com todos os heróis lutando juntos, combinando táticas e movimentos, com a câmera os seguindo o tempo todo em takes longos e muito bem montados, deixando o queixo cair cada vez mais a cada tiro, cada martelada, cada flechada.
Já escrevi demais aqui. Não tem jeito, quando o a nerdisse ataca, a vontade de escrever muito deve ser contida. Eu poderia continuar elogiando por muito mais linhas, mas só vou irritar quem está lendo esta crítica.
Nota 1) O 3D deste filme está muito interessante, valeu a pena conferir mas com ressalvas. As legendas estavam horríveis e desfocadas. Não sei se isso era mais uma culpa da sala de cinema ou é problema do filme em si.

Nota 2) Pude conferir o novo trailer de Prometheus em 3D, e fiquei ainda mais louco de vontade de ver este filme.

Nota 3) A cena final é de deixar os fãs salivando para saber o que vai acontecer depois. Não diria foi surpresa ver o personagem que revelaram, mas foi sim genial

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