A franquia Missão Impossível tem seus altos e baixos. Começou muito bem no primeiro filme de 1996 dirigido por Brian De Palma, na estréia da série no cinema. O primeiro episódio contava com uma trama muito interessante, ótimos personagens, muita ação impossível e toda a parafernália tecnológica que os fãs da série estavam acostumados. Se não fosse pelo erro de colocar Jim Phelps, um dos personagens principais da série como vilão, teria sido um filme perfeito. O filme ainda crivou na história do cinema uma cena antológica que foi parodiada incontáveis vezes.
Já o segundo episódio, lançado em 2000, foi muito ruim. Com uma história fraquíssima, personagens secundários e vilões desinteressantes, e toda a mitologia da série praticamente esquecida, este filme não passou de um filmão de ação no estilo que o diretor John Woo está acostumado a fazer, com muita pancadaria e balé de balas. Eu gosto dos filmes de John Woo, mas certamente não é o diretor para uma franquia estabelecida.
Com o segundo filme quase enterrando a franquia nos cinemas, depois de muito tempo, em 2006, foi lançado o terceiro episódio sob suspeitas. O diretor escolhido foi ninguém menos que J. J. Abrahams, que faria aqui sua estréia nos longa metragens, e não decepcionaria. Neste filme tudo o que foi feito corretamente no primeiro filme foi recuperado com estilo, proporcionando uma boa história e ótimos personagens. Só não foi melhor pois todo o romance criado para o personagens Ethan Hunt, com sua esposa fazendo parte da história, quebrou o ritmo do filme em alguns momentos.
E então temos o lançamento de Missão: Impossível - Protocolo Fantasma, o quarto episódio da série, estréia na direção de filmes em live action de Brad Bird (o mesmo das animações Os Incríveis, Ratatouille e Gigante de Aço). E na minha sincera opinião, é tão bom quanto o primeiro filme, sendo os dois os melhores da franquia até o momento. Isso por que, como de costume, traz uma ótima história, ótimos personagens, e aprendeu com os erros passados, eliminando o romance desnecessário, e ainda incluindo uma pitada de humor na medida certa para quebrar as sequências de ação de tirar o fôlego.
Não nem tentar explicar o roteiro aqui, senão acaba com a graça, mas pra variar um pouco envolve salvar o mundo de uma catástrofe nuclear. Mas nem tudo é simples, o grupo de Ethan Hunt acaba se tornando suspeito de um ataque terrorista, perdendo qualquer ligação com o governo e tendo que agir com recursos próprios. O time formado neste filme é o melhor de todos, contando com Ethan Hunt (Tom Cruise, é claro), Benji Dunn (Simon Pegg reprisando seu papel do filme anterior), Jane Carter (Paula Patton, adequada e parece saber brigar bem o suficiente), e William Brandt (Jeremy Renner, ótimo papel).
E além da ótima adição dos alívios cômicos nos momentos certos, vemos também a capacidade do grupo em improvisar e se adaptar aos problemas, pois nem todos os planos sempre saem conforme planejado, e muitas das parafernalhas tecnológicas sempre funcionam como esperado, atrapalhando a ação do grupo. Como um bom filme de espionagem não podia faltar a troca de cidades ao redor do mundo, passando por Moscou, Dubai e Mumbai por exemplo. A cena em Dubai, no prédio mais alto do mundo, é de dar nos vermos dos mais experientes alpinistas. Se for apontar um defeito no filme, é novamente o desenvolvimento do vilão principal. Além do ator não ser tão expressivo, o roteiro dá poucas chances para o o personagem ser apreciado como um bom antagonista.
Aqueles que gostam de um bom filme de ação ou são fãs da série tem que conferir, não vão se decepcionar.
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