segunda-feira, 16 de abril de 2012

A Invenção de Hugo Cabret (nota 6)

Conhecem aquela sensação de ver um trailer de um filme que está sendo muito alardeado e comentado, mas que simplesmente não te converse a querer ver este filme em questão? Foi o que aconteceu comigo, não importava quantas vezes via o trailer ou lia a respeito em críticas que davam notas altíssimas ao longa, nada conseguia me convencer a dar uma oportunidade de ver a mais recente obra de Martin Scorsese no cinema. E meus receios todos se confirmaram, apesar de ser um filme muito bem feito, bem escrito e bem conduzido, o mesmo não consegue empolgar em momento nenhum, não criando uma empatia com o público e não criando um interesse pela trama, fazendo com que o espectador fique ansioso pela conclusão. Nem mesmo consegui identificar um clímax no final, de tão entediado que estava.
 Podem me criticar, dizendo que não entendi o filme, mas não é bem assim. Sei bem que se trata de uma grande homenagem ao cinema no seu início, e aos pioneiros que faziam milagres com a pouca tecnologia da época. O ganhador do Oscar O Artista (outro filme que não tenho a menor vontade de conferir) fez isso mesmo de forma muito mais direta. Mas como A Invensão de Hugo Cabret tem muito o jeitão de filme de Oscar, tenho certeza que só não ganhou por que O Artista foi ainda mais explicito nesta exaltação aos filmes antigos que a Academia tanto adora.
Como eu já escrevi na minha crítica de As Aventuras de Tintim, o uso atual do 3D é exagerado e desnecessário, a menos que utilizado corretamente por cineastas qualificados. Acabem vendo A Invenção de Hugo Cabret em 2D mesmo, portanto não consigo avaliar propriamente se alguém tão qualificado como Martin Scorsese conseguiu utilizar a a tecnologia bem. A única referência que tenho foi o trailer que vi em 3D nos cinemas justamente antes do Tintim, nas poucas cenas que vi na ocasião, me pareceu que foi bem utilizado sim, apesar de ao ver o filme completo em 2D, constatei cenas estranhas e forçadas cujo propósito seria somente exaltar o 3D. Mas posso estar sendo injusto, tenho convicção que o filme não utilizou o famigerado 3D somente como meio de arrecadar mais.
Apesar de todo o alarde em cima da produção, não funcionou pra mim. Reconheço suas qualidades. A produção é impecável, as atuações na medida certa, o visual é incrível, mas tudo isso é monótono. Toda a história criada para chegar ao Georges Méliès (Ben Kingsley), cineasta francês criador do filme Viagem à Lua de 1904, é arrastada demais. Os flashbacks que mostram as técnicas usadas pelo diretor para filmar são muito bons e também muito didáticos, e conseguem encantar o espectador, mas todo o resto que cerca isso parece que foi visto à força.

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