terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Dredd (nota 8)

Orçamento grande nem sempre é sinônimo de qualidade. Isso é uma coisa óbvia, mas parece que os cineastas hollywoodianos às vezes esquecem isso. Felizmente, de vez em quando se lembram disso e nos brindam com filmes pequenos, mas memoráveis. Vejam bem, não estou falando de filmes independentes, falo de produções de porte médio pra pequeno de grandes estúdios, mas com um feeling de independente.

E por que digo isso? Pois um filme como Dredd, adaptação dos quadrinhos, teria tudo para descambar pra um filme enorme e megalomaníaco, mas ao restringir o orçamento e obrigar os roteiristas a pensar mais, acabamos ganhando um ótimo filme de ação do personagem que merecia ser revisitado após a tranqueira dos anos 90 com o Stallone.

O enredo é bem simples, numa cidade futurista tomada pelos megablocos, condomínios imensos de 200 andares que ocupam quarteirões inteiros, uma nova droga chamada slo-mo toma as ruas. Os efeitos da droga fazem o usuário perceber o tempo passando com 10% da velocidade normal, deixando tudo em câmera lenta. E nesse futuro tomado pela criminalidade, os Juízes são os responsáveis pela ordem pública, e são os juízes, júri e executores da pena no ato, sendo o mais notório destes o juiz Dredd.

O filme se passa todo dentro de um desses megablocos dominado pela gangue de Ma-Ma, que fabrica o slo-mo, enquanto Dredd treina uma juíza novata durante essa missão. O que importa é que as características do personagem foram mantidas à risca. Dredd nunca tira o capacete, sua arma tem todos os tipos de munição, e Dredd é imperdoável na hora de executar a pena dos meliantes. Karl Urban na pele de Dredd faz tudo que deve ser feito, sem exageros ou afetações. Faz cara de mau, voz de bad ass ser forçada como a do Batman, e chuta bundas com força.

As cenas de ação do filme estão ótimas, exatamente o que se espera de um filme desses, mesmo se tratando de um cenário um tanto limitado e até claustrofóbico. O destaque fica para as poucas cenas de tiroteio observadas do ponto de vista de um usuário de slo-mo. O visual é incrível, e a violência ainda mais explícita, quando uma bala passa lentamente pelo pescoço de um bandido, e o sangue explode lentamente na saída da pala em um vermelho vivo e cintilante. Para os fãs de cinema de ação, é um prato cheio.

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