sábado, 9 de junho de 2012

Motoqueiro Fantasma: Espírito da Vingança (nota 7)

Hora da polêmica! E por favor, não venham me xingar depois, gosto é igual a bunda, cada um tem a sua. Pra começar, achei o primeiro Motoqueiro Fantasma um lixo sem tamanho. Erraram tanto no filme, e de tantas formas, que não sei nem o que me incomoda mais, se é o roteiro péssimo, a descaracterização absurda de Jonny Blaze ou a inclusão forçada de um interesse romântico desnecessário ao personagem. De qualquer forma, pior que estava não podia ficar, certo? E os trailers desta continuação me pareciam bem promissores, mas..... 
Quando vieram as primeiras críticas, todas demolindo o filme, alguns dizendo ainda que chegava a ser pior do que o primeiro, eu não acreditei! Não é possível que conseguiram errar tanto e de novo. Mas logo eu persebi como estavam o teor das críticas e entendi o problema, o que me deixou ainda mais curioso para conferir o filme. E esse motivo é muito simples, a dupla de diretores Mark Neveldine e Brian Taylor, os retardados responsáveis por "pérolas" como os dois Adrenalina e Gamer, filmes absurdos e que não se levam a sério. E é a mesma coisa que acontece neste segundo filme do cabeça de fósforo, tornando o filme diversas vezes hilário, com pitadas de humor cruel, bizarro e de baixo calão (genial o lança-chamas). E eu adorei tudo isso!
O filme tirou todos os elementos desnecessários do primeiro longa, e não enrola para nos mostrar o que queremos ver, que é justamente o espírito da vingança em ação. E aí que i filme mais brilha, o design do personagem está brilhante, e incrivelmente caprichado graças a excelentes efeitos especiais. Nada mais de caveira branquinha e lisinha, agora temos um crânio esturricado, sujo e as chamas geram muita fumaça. A moto também não está ultra estilizada, mas é uma moto comum e também muito suja e esfumaçada. As transformações de Jonny Blaze em Motoqueiro são inspiradíssimas. Todas as cenas de ação ótimas, e o estilo visual de filmar dos diretores melhora ainda mas estas cenas, em especial as em alta velocidade filmadas rente ao chão. A ideia do motoqueiro incendiar qualquer veículo que pilota foi ótima.

Falando em transformação, finalmente deixaram o Nicolas Cage livre para surtar fazer as caras estranhas e dar os gritos de louco que ele sabe fazer melhor do que ninguém. Fazia tempo que não via uma cena digna de Cage. Apesar do roteiro não ser lá essas coisas, é mais interessante que o do primeiro filme. Tem alguns furos, mas não permite afetações desnecessárias. Já a entrada de Idris Elba dá o toque de qualidade na atuação levemente mais elevada nos momentos que o motoqueiro não está presente na tela.
Entendo que boa parte das críticas da mídia especializada e principalmente dos fãs de quadrinho sejam culpa da escrachada que foi dada na tratativa do personagem, ainda mais tendo em mente o ultra realismo presente nas atuais ótimas adaptações de quadrinho. Mas sinceramente, a escrachada foi tão bem feita, o humor foi tão bizarro, que tudo combinou bem demais com o personagem. E agora sim fez todo o sentido a escalação de Nicolas Cage para o papel, mesmo durante as cenas que seu rosto não aparece, encoberto por toneladas de fogo digital. A movimentação que ele deu ao personagem é estranha e hipnótica. Aliado a tudo isso, uma trilha com muito trash metal emalam para presente este pacote estranhamente divertido, para os que sabem apreciar quando nem a própria produção se leva a sério demais.
E aos fanboys que ficaram reclamando da pureza do personagem, sinceramente, eu curti muito mais esta interpretação do personagem do que a que temos nos quadrinhos. Me lembrou um pouco o visual estranho do Motoqueiro Fantasma 2099. Meu conselho: vejam de mente aberta, e quem sabem conseguem se divertir com o que o filme tem de melhor, que são as excelentes cenas de ação com muitos efeitos visuais, e ótimas piadas com direito a muito humor negro.

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