quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Karate Kid (nota 7)

Remakes de filmes outrora consagrados sempre são perigosos. Eles podem tanto trair o conceito original a ponto de ofender os fãs antigos, podem ser meramente "mais do mesmo" onde não há nenhuma novidade digna, ou eles podem ser uma bela homenagem que atualiza alguns conceitos já meio datados. Felizmente este novo Karate Kid (que poderia ser perfeitamente chamado de Kung Fu Kid), se encaixa no terceiro tipo, sendo impossível não sorrir ao final com a mesma agradável sensação ao o clássico oitentista despertava no seu tempo.
A idéia central e o "feeling" são exatamente os mesmos do longa original. Uma mãe e seu filho se mudam para a China, e o jovem Dre Parker se vê num lugar estranho já sendo ameaçado por bullies chineses que o atormentam. Então Dre, após ser salvo por um zelador solitário, o Sr. Han, começa a treinar kung fu com o Sr. Han para competir contra aqueles que o atormentavam. E as cenas de treinamento são intensas e muito reais, não tem mais só encerar o carro e pintar a cerca. Dá pra ver que o menino teve que suar de verdade para executar alguns movimentos e acrobacias.

Dre é interpretado pelo filho de Will Smith, o novato Jaden Smith, que entrega um personagem muito bom. Ele obviamente é muito diferente do Daniel-san, a começar pela sua atitude, mais engraçadinha e manhosa. Felizmente não é um personagem irritante como muitas crianças são no cinema, e mesmo jovem já demonstra ser muito parecido com o pai, principalmente nos gestos. Agora o genial Jackie Chan está incrivelmente bem no do mestre, o Mestre Miyagi ficaria honrado. Jackie entrega uma interpretação muito pessoal, sem nunca tentar imitar o finado Pat Morita, e tem aqui o que acredito que seja eu melhor papel dramático no cinema. Para os que se lembram da cena do Mestre Myiagi bêbado no filme original, preparem-se para uma cena muito mais emocional neste remake.

Nem tudo são maravilhas, é claro. O filme tem alguns defeitos, que nem são tão graves assim, mas tiram todo o realismo que era mais presente no filme original. Obviamente que com a mudança do karate para o kung fu, aliado a tendências mais atuais de lutas bem coreografadas, os combates entre crianças de 12 anos são absurdamente complexos. Alguns golpes são dignos de artistas marciais com muitos anos de experiência, e são distribuídos com a maior facilidade pela molecada.

É isso, eu gostei bastante do remake que faz juz ao original sem tentar substituí-lo.

Nenhum comentário: