terça-feira, 30 de outubro de 2012

TED (nota 8)


Depois de um longo período afastado das críticas de cinema, finalmente estou de volta. A culpa disso é principalmente de uma preguiça absurda, mas também devido ao meu envolvimento em um novo projeto junto com a Ju relacionado ao site dela, o Passaporte Orlando. Em breve novidades. Mas chega de papo e vamos ao que interessa. Ted é um filme que eu queria muito ver, por ser um grande fã das séries animadas Family Guy e American Dad, frutos da mente doentia e genial de Seth MacFarlane. Em certos pontos o filme é tudo o que alguém com o senso de humor meio alterado (me incluo nesses) poderia esperar, mas em outros peca feio por tentar se adequa a formulas tradicionais, mas no geral o saldo é bem positivo.


Aqueles que já conhecem o tipo de humor de Seth MacFarlane, devem ter uma boa ideia do que irão encontrar pela frente. O humor imperdoável, politicamente incorreto ao extremo, não perdoa ninguém, nenhum grupo, religião, etnia, e por aí vai. E as piadas são muitas e são geniais, mesmo as que recorrem a uma boa dose de baixaria e palavrões. Além das muitas auto referências (em certos momentos o ursinho Ted imita a voz de certos personagens do Family Guy, dublados pelo próprio MacFarlane), como um bom nerd, não faltam referências a cultura pop americana em geral. Acho provável que muitos brasileiros não entendam algumas das piadas com referências muito atuais, o que pode prejudicar um pouco a diversão para alguns. Sei que fazia muito tempo que eu não gargalhava tanto e tão alto numa sala de cinema.


O problema do filme ao meu ver foi a necessidade de tentar encaixá-lo numa estrutura meio padronizada de roteiros hollywoodianos de comédias. Não sei se isso foi alguma imposição do estúdio, ou foi algo necessário para possibilitar a realização do filme, mas isso acabou deixando o último terço de filme muito fraco comparado com o restante. A inclusão de um vilão muito fraco quebrou demais o ritmo da comédia, e se não fossem os primeiros dois terços hilários, não passaria de uma comédia mediana.


O casal principal está ótimo, Mark Wahlberg e Mila Kunis estão bem a vontade para encarar as bizarrices do roteiro, e a interação de ambos com o urso Ted, dublado por MacFarlane, é tão natural que esquecemos que o urso é um ser digital. A narração do Patrick Stewart, o eterno Cap. Picard e colaborador tradicional de MacFarlane, só ajuda. E sem estragar a surpresa, a participação rápida e silenciosa de Ryan Reynolds é de rolar de rir. Não faltam bons motivos para dar muita risada, mas é necessário um senso de humor menos restrito para apreciar na íntegra.

Nenhum comentário: