quarta-feira, 28 de março de 2012

O Preço do Amanhã (nota 4)

Este filme é mais um daqueles que merecem o o título de "ótima idéia, péssima execução", se juntando a outros filmes que começam muito bem mas se perdem no meio do caminho, entregando uma experiência abaixo do esperado. Por outro lado, se sua expectativa for baixa, pode acabar gostando um pouco mais. O filme também sofre com a falta de identidade, passeando demais por diversos estilos, dificultando a identificação com o filme.
 Um rápido resumo. No universo onde o filme se passa os humanos tem a possibilidade de viver para sempre, desde que achem mais tempo para isso. Todos os humanos param de envelhecer aos 25 anos de idade, mas o problema é que a partir deste momento, só tem mais um ano de vida, a não ser que ganhem mais tempo. Todos tem um enorme relógio verde no braço que indica o resto do tempo que tem para viver, e o contato entre as pessoas pode transferir tempo de um para o outro. Desta forma a moeda corrente no mundo todo é tempo, tudo custa tempo, itens comuns custam minutos, itens de luxo custam meses ou anos de vida, e todos trabalham para ganhar mais tempo. 
Will Salas (Justin Timberlake) é um trabalhador do gueto, bairro mais pobre onde todos estão sempre a beira da morte (ou falência?), trabalhando para ganhar o tempo suficiente para viver o dia seguinte, até que ele salva um "ricaço suicida" que dá para ele mais de cem anos de vida, que ele usa para chegar aos bairros mais nobres, onde conhece Sylvia Weis (Amanda Seyfried), filha de um ricaço. Lá ele toma conhecimento da bolsa de valores que retira o tempo das regiões mais pobres para dar mais tempo aos mais ricos. Então ele toma uma atitude para mudar tudo, enquanto é perseguido pela polícia do tempo e uma gangue que quer roubar seu tempo.
 A descrição do conceito ceral do filme é muito interessante, e lembra de longe uma ficção asimoviana, mas a execução do filme deixa muito a desejar. O que era pra ser uma ficção passa a ser um filme de assalto que mistura Bonnie e Clyde com Robin Hood, num ambiente com visual semi-futurista monótono que lembra muito filmes como Gattaca e Equilibrium. Além disso o roteiro cheio de furos e reviravoltas sem explicação, como a súbita ligação do pai de Will Salas, nunca citado até o momento, com sua atual situação passa a ser um grande motivador, só para ser completamente esquecido logo após.

A impressão que ficou foi de um ótimo começo para um meio e fim fracos e bagunçados, como se os roteiristas não soubessem o que fazer com o conceito que criaram. Um desperdício.

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