terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tiras em Apuros (nota 5)

Apesar do nome genérico em português, esse filme tem um bom pedigree. Dirigido pelo rei dos nerds Kevin Smith (sendo esta sua primeira direção de um filme que não foi ele próprio que escreveu como Pagando Bem que Mal Tem e O Balconista 2 por exemplo), este filme sai muito do estilo do diretor / escritor, e vejo aí o primeiro problema. O divertido dos filmes de Smith são os diálogos ácidos, recheados de palavrões e cheios de referências pop entre personagens que representam pessoas comuns. Neste Tiras em Apuros não há a mesma empatia inicial, pois parece mais um filme padrão de ação / comédia que qualquer outro diretor sem expressão poderia ter dirigido da mesma forma.

Outra coisa estranha logo de cara é a dupla bizarra formada por Bruce Willis e Tracy Morgan. Eu achei inicialmente que não tinha como isso dar certo, mas o resultado final é muito interessante. O tempo e estilo de comédia dos dois atores é totalmente diferente, mas se encaixam muito bem na tela, fazendo as piadas funcionarem muito bem. E pra mim esse é a única coisa que realmente vale no filme. E ainda tem uma participação rápida de Seann William Scott (o eterno Stifler de American Pie) que é muito boa, resultando em boas risadas.

O enredo é passável no geral. O motivo principal gira em torno de um traficante mexicano, mas tem muitas histórias paralelas, algumas que servem bem à trama principal, como do casamento da filha do policial Jimmy, vivido por Willis) e outras que acabam mais atrapalhando o andamento do filme pois não agregam em nada. Eu até que dei boas risadas, mas duvido que este filme irá durar muito tempo em minhas lembranças.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 (nota 11)

Expectativa pré-filme é uma coisa muito complicada. Quando ela não é plenamente satisfeita pode significar que você não vai gostar tanto do filme quando poderia. Foi mais ou menos o que aconteceu comigo no filme A Origem. E quanto maior a expectativa, maior o possível tombo. Mas são raras as vezes que mesmo a expectativa sendo grande, acontece a felicidade de o filme ser melhor ainda e superar tudo que se esperava dele. E isso foi exatamente o que ocorreu comigo ontem ao sair em completo êxtase da exibição do Tropa de Elite 2 falando em alto e bom som no mesmo linguajar do longa: "Putaqueopariu!! Que filme fodástico do caralho!" Desculpem a linguagem chula, mas precisava desabafar.
Mas por que é tão bom assim? Por que absolutamente todos os aspectos da produção do melhor filme do ano (na minha humilde opinião) são executados com perfeição por uma equipe habilidosa e que manja muito de cinema. Começando pelo lado mais técnico, a fotografia é incrível, seja nas cenas em favelas e escritórios apertados ou em amplas tomadas aéreas, com enquadramentos não convencionais e aquela câmera tremida na medida certa nas cenas de ação que te colocam perto do que está acontecendo, deixando um clima clasutrofóbico onde o espectador se sente parte da ação constantemente. A edição e a montagem do filme são de cair o queixo. A trilha sonora se encaixa com perfeição em todas as cenas. A direção de José Padilha ao amarrar tudo isso é primorosa e merece muitos elogios de todos, não devendo nada para nenhuma produção Hollywoodiana. Mas é claro que nada disso conta sem ele, o coração e alma de qualquer filme, o roteiro!!
Escrito pelo próprio José Padilha em parceria com Bráulio Mantovani, este roteiro original (lembrando que o primeiro Tropa de Elite foi baseado numa obra literária) constroi uma trama incrível, cheio de maracutaias, reviravoltas, conspirações, bandidagem, politicagem, tudo amarrado com maestria e de forma coerente, que prendem a atenção do espectador do começo ao fim do filme. Tem momentos de pura adrenalina com ação vertiginosa, outros de que despertam a fúria e ódio, e ainda aqueles de desespero e sofrimento, e outros de pura risada seja pelo humor ou pelo nervosismo, mas no fundo no fundo, o roteiro brilhante mexe muito com o âmago de todos os brasileiros com temas muito sérios que transformaram o país na palhaçada que é hoje. Padilha dá um tapa na cara de todo eleitor e diz: "Presta atenção no que você está fazendo!"

E os personagens? No primeiro filme já eram todos muito carismáticos, e nesse segundo está ainda melhor. Personagens já conhecidos como o Coronel Nascimento, o Capitão Mathias, o Capitão Fábio retornam melhores do que antes, acompanhados por outros que o mantém nível de qualidade e empatia, e ainda conhecemos um dos melhores vilões do cinema brasileiro, o Rocha. Tão odiável e carismático quanto Zé Pequeno eu diria. E um protagonista da qualidade do Nascimento precisava de um vilão à sua altura, e é exatamente isso que temos.
Já que estamos falando dos personagens, os atores que os interpretam estão incríveis. Todas as atuações na medida certa, sem nada parecido uma novela da Globo. Dou destaque especial para Wagner Moura, Ihrandir Santos, André Ramiro, Milhem Cortaz e André Mattos. Todos entregam interpretações que devem durar por muito tempo na cultura pop dos filmes nacionais. E é claro que os diálogos são ácidos, recheados de palavrões e frases de efeito, como no primeiro filme.

Resumindo, o filme já fez uma das maiores bilheterias numa primeira senama no Brasil e merece ainda mais. Todos que gostam de um bom cinema tem a obrigação de ver este longa na telona e prestigiar uma das maiores obras do cinema nacional.

sábado, 16 de outubro de 2010

*TOP 5! FILMES DE CATÁSTROFES NATURAIS

Este tema pode ser tratado como um "guilty pleasure", ou seja, um prazer culposo. Filmes de desastres naturais são ruins por natureza (trocadilho idiota!!), não importa o elenco, o diretor, os efeitos especiais, pois o roteiro sempre é um tapa buraco para que milhões de dólares sejam gastos em cenas incríveis de tudo indo pro saco ao redor dos personagens. E mesmo sabendo de tudo isso, nós ainda adoramos ver estas tranqueiras. Como recentemente vimos 2 filmes que se encaixam perfeitamente nessa descrição, decidi fazer esta lista. Mas não entendam mal, a ordem não tem nada a ver com a qualidade do filme, longe disso. Decido ordenar a lista por ordem crescente de área destruída, hehehe. Aqui vai a lista:

5º LUGAR: O INFERNO DE DANTE
Começamos por um filme de vulcão, e escolhi o menos pior dentre eles. Em o O Inferno de Dante, acompanhamos um vulcanólogo tentando salvar a pacata e minúscula cidade Dante da ira do vulcão extinto vizinho. Temos vários clichés do gênero, como os costumeiros absurdos, como um caminhão atravessando um fluxo de lava por exemplo, o herói que salva a família, o chefe que não acredita nas previsões do herói, e por aí vai.

4º LUGAR: MAR EM FÚRIA
Certamente o melhor filme da lista em termos de qualidade geral. Atuações, enredo, personagens cativantes, situações emocionantes, efeitos especiais sem exagero, tudo é acertado nesse filme. Nele, acompanhamos o trajeto de um barco pesqueiro durante uma tempestade gigante. Não há muitos clichés do estilo de filme catástrofe, por isso sua qualidade.

3º LUGAR: IMPACTO PROFUNDO
Não podemos esquecer os filmes de meteoro, certo? E este está longe da tranqueira que foi o Armagedom. Mas como todos os filmes do estilo, tem muitos clichés. A família que não se fala e se junta no momento do desastre. O auto sacrifício para a sobrevivência do próximo. O jovem que acidentalmente descobre o fim da humanidade. O presidente negro. Efeitos especiais gigantescos. O bom deste filme fica pelo enredo que é mais interessante e respeita alguns fatos científicos, além de um bom elenco que consegue passar emoções verdadeiras.

2º LUGAR: O DIA DEPOIS DE AMANHÃ
Agora sim temos destruição em escala absurda, onde todo o hemisfério norte é destruído por uma era glacial que acontece quase instantaneamente! Novamente temos quase todos os clichés: família desunida que se junta por causa do desastre, coadjuvantes se sacrificando e morrendo heroicamente, alívio cômico totalmente desproporcional com a gravidade da situação, cientista desacreditado que descobre o problema mas larga tudo pra salvar o filho, e por aí vai. Nem sou muito fã deste, realmente é um filme feito só pra gastar efeito especial.

1º LUGAR: 2012
Pronto, nada pode ser maior do que O FIM DO MUNDO, certo? Mas o que seria do fim do mundo sem um herói improvável que é pai separado e distante dos seus filhos pra presenciar TODAS as catastrofes naturais possíveis combinadas num único e gigantesco desastre natural global, e ainda sobreviver pra se juntar com a família? Tem clichés nesse filme? Sim, todos eles: Presidente Negro que se sacrifica para o bem maior, chefe arrogante e mesquinho que só pensa no seu próprio bem, cientista  que prevê o desastre e acaba vítima dele, gente rica que ainda acha que dinheiro vale alguma coisa quando tudo está indo pro buraco, e por aí vai. Cenas absurdas como o carro escapando de um prédio, aviões desviando de mais prédios caindo, ou melhor ainda, a fuga a pé de uma imensa nuvem piroclástica!! Genial.

Mas calma lá, ainda tem muito mais pra contar. Vamos listar todos os desastres desse filme: Tem terremotos? Sim, Tem Vulcão? Sim, o maior que já ví num filme. Tem tsunami? Sim, tão grande que encobre o Himalaia. A explosão do vulcão faz voar tantos destroços que algumas cenas até parecem meteoros caindo, então também conta. Sério mesmo, só faltou um ataque alienígena pra completar a desgraça. É tão ruim, mas tão ruim, que fica bom. Este é verdadeiramente o "Ultimate Disaster Movie".

Só pra completar, vou roubar um pensamento de um amigo que disse: "Nunca mais será lançado um filme de desastre natural que não seja em cinema 3D, e o estúdio que lançou o 2012 deve estar arrependido até o fundo da alma por não ter esperado um pouco pra soltar o filme em 3D". Concordo plenamente!!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Robin Hood - 2010 (nota 7)

Vou confessar que não achei que gostaria desse filme. Talvez por ser mais um com a nova mania de Hollywood de tentar transformar histórias clássicas ou personagens tradicionais em algo mais "real", ou o fato que todos os trailers pareciam muito com Gladiador. Seja como for, o resultado final é bem mais interessante do que o esperado e me agradou bastante. Felizmente a similaridade com Gladiador está somente no visual do filme e nas cenas de batalha, o resto da história é bem construída.

As atuações estão muito boas, todos os atores já bem conhecidos como Russell Crowe e Cate Blanchet e suas habituais competências para viver quaisquer papéis. A direção de Ridley Scott também na mesma habitual competência. O visual do filme é bem caprichado, com locações que nos remetem a florestas da Inglaterra, que acompanhado por um figurino de época dão muito bem o tom deste épico.
O enredo, como já escrevi acima, tenta contar a história "real" por trás do lendário personagem Robin Hood. Achei muito interessante como mesclaram esse enredo real com elementos clássicos. Por exemplo, não esperem o triunfal retorno rei Ricardo Coração de Leão para salvar o dia, mas podem contar com a presença do Little John, Frei Tuck e o Cherife de Nottingham. E este último não é o habitual vilão do filme, mas uma mera peça numa conspiração muito maior. Outra coisa é mania nos filmes atuais é a valorização das mulheres fortes e independentes, portanto a Lady Marion não é uma donzela em perigo, mas sim uma mulher forte e guerreira.

E como não poderia deixar de ser neste tipo de filme, ao final temos uma grande batalha de exércitos (algo fora do comum em filmes do Robin Hood), com direito a discurso motivacional e tudo o resto que se espera. No final o resultado agrada bastante, mas se não fosse um filme com o título Robin Hood, daria na mesma.

Como Treinar o Seu Dragão (nota 8)

O que mais gostei desse filme é perceber que a Dreamworks tem criatividade o suficiente pra não depender mais de continuações desnecessárias do Shrek. Tá certo que o ogro verde foi muito bem nos dois primeiros, mas já deu no saco, certo? Mas vamos falar do filme em questão, Como Treinar o seu Dragão é uma história típica de animações, sem muitas surpresas. Tem todos os elementos padrão que sempre agradam, como o filho desajeitado que não se encaixa com o resto da tribo, que não se comunica com o pai corretamente e que faz algo totalmente fora do padrão para se tornar o herói.

Mas esse filme realmente me agradou na forma que ele é conduzido, mesmo dentro deste enredo padrão, ele desenvolve muito bem os acontecimentos de forma interessante. E não tem como não gostar dos personegens devido ao enorme carisma que demonstram na tela. O crescimento e fortalecimento da amizade entre o magrelo Soluço e dragãozinho Banguela é divertidíssima de acompanhar. O dragão negro Banguela consegue expressar sentimentos incrivelmente humanos. Todos os personagens secundários são muito bem trabalhados, com ótimas interpretações de vozes por atores reconhecíveis.
E nem preciso dizer que a animação está excelente. O visual dos vikings é incrivelmente detalhado com texturas muito impressionantes, e as cenas de ação e voo dos dragões são muito bem resolvidas. Só tem uma coisa que realmente não fez sentido pra mim na dublagem original dos personagens. Se são todos vikings, ou seja, no mínimo deveriam ter sotaque nórdico, porém todos os adultos tem sotaque escocês!!! Puta coisa estranha, e é claro que as crianças do filme tem sotaque americano, mas não serei chato pra pentelhar sobre isso. Fica aí a dica de uma ótima animação.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Esquadrão Classe A (nota 8)

Sinceramente, não lembro nada desta séria dos anos 80. Eu nunca acompanhei, então nem vou tentar fazer nenhuma comparação. Mas o que posso dizer do filme é que ele é absurdo, impossível, exagerado e acima de tudo, incrivelmente divertido. Sério mesmo, é legal ver como os realizadores do longa sabiam que tinham um produto nas mãos que não precisa seguir nenhum padrão de realismo e abusaram das cenas absurdas e mirabolantes, mas tudo feito de uma forma que não se leva a sério demais, transformando a experiência em entretenimento puro.
Então prepare-se para acompanhar as missões do quarteto interpretado pelos atores Liam Neeson, Bradley Cooper, Quintom "Rampage" Jackson e Sharlto Copley. Os quatro tem uma química divertidíssima e funcionam perfeitamente como conjunto, sem destaque maio pra ninguém. O humor entre eles é constante, principalmente nos intervalos entre missões, mas quando a ação começa, por mais absurda que seja, eles sempre acham uma saída genial. Dou destaque especial para a cena retardada do tanque de guerra "voando". Quem viu sabe do que estou falando.

Certamente é um filme pra desligar o cérebro. Qualquer pensamento mais realista vai estragar a diversão. Portanto aproveite sem chatice que vale a pena.

Dupla Implacável (nota 7)

O grande problema destes filmes com nomes totalmente genéricos em suas traduções para português é que você não faz a menor idéia do que esperar, e as vezes pode acabar passando longe de algo interessante. Eu mesmo demorei bastante pra me convencer a alugar este Dupla Implacável (viu? nome genérico no melhor estilo Sessão da Tarde com seus Uma turma do Barulho, ou Deu a Louca...) e acabei me deparando com um filme interessante. Não é nada que vai mudar a sua vida, mas certamente vai divertir.
Este filme, escrito e apadrinhado por ninguém menos que Luc Besson, tem de ação constante e muita testosterona começa a ganhar velocidade muito rápido, não tem enrolação e logo já nos vemos em meio ao primeiro tiroteio. E acredite, o careca da foto é John Travolta, num dos papeis mais "Bad Ass" de sua carreira. Ele mata, espanca, explode, e ainda arranja um tempo pra uma trepada com uma francesa, ou seja, é um filme de ação pra macho. Seu parceiro novato, interpretado por Jonathan Rhys Meyers representa um lado mais ponderado da dupla. Apesar de parecer meio estranha, a dinâmica entre os dois funciona muito bem na tela.

A trama é passável. Não é nada novo, mas é suficientemente atraente pra te manter entretido. O momento "kinder ovo" do filme é bastante previsível, mas para um filme de ação pura tá bom demais.